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Será que dá liga?

Dos 20 clubes da Série A, 19 assinam carta querendo gerir campeonato Brasileiro

Curitiba (PR) |
O ex-presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, acabou traído por outros presidentes de clubes na primeira tentativa de liga no Brasil - Divulgação

O movimento não é inédito, mas dos 20 clubes da série A, 19 assinaram na última terça, 15, carta que, entre outros pontos, quer a criação imediata de “Liga de futebol no Brasil, que será fundada com a maior brevidade possível e que passará a organizar e desenvolver economicamente o Campeonato Brasileiro de Futebol.”

O movimento acontece num momento em que a CBF está em crise, com o afastamento de seu presidente, Rogério Caboclo, por denúncias de assédio moral e sexual.

Porém, dificilmente a medida passará sem outra alteração também pedida. A mudança dos votos para tomada de decisão na CBF. As 27 federações estaduais têm voto com peso 3, o que dá 81 votos. Os 20 clubes da série A detêm 20 votos com peso 2, e os da série B, 20 votos com peso 1. Aritmeticamente, mesmo que houvesse consenso entre os 40 clubes, eles teriam 60 votos e perderiam para as federações. Por isso, a carta fala também em mudar esse sistema de poder. Quase impossível, ou alguém acha que os dirigentes das federações vão votar contra eles mesmos? E sem eles não há mudança...

Clube dos 13

Movimento parecido com o atual ocorreu em 1987, quando os maiores clubes brasileiros fundaram o Clube dos 13. A CBF, à época, afirmava não ter dinheiro para organizar um campeonato nacional.

Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco fundaram o C13, que à época organizou a “Copa União”. A CBF fez outra competição, com outros times, e, no final, eles jogariam entre si para decidir quem seria o campeão. O confronto não houve e a disputa chegou aos tribunais, numa disputa de décadas. Depois, a CBF retomou a organização do campeonato e o Clube dos 13 foi destruído por dentro a partir de articulações da direção da CBF e a traição de presidentes de clubes.

Edição: Lia Bianchini