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Coluna Elas por Ela | Palavras ao vento

Toda a nossa solidariedade à corajosa funcionária que enfrentou o homem mais poderoso do futebol brasileiro

Curitiba (PR) |
Coluna da edição 215 do Brasil de Fato Paraná - Arte: Vanda Moraes

“Não há mais diferença de gênero. A CBF está tratando homens e mulheres igualmente.” Essas foram as palavras ditas por Roberto Caboclo no dia que anunciou o pagamento igual das diárias para as seleções masculina e feminina. Aliás, o discurso sobre igualdade no futebol sempre se destacou na gestão de Caboclo. Contudo, palavras precisam ter respaldo na realidade concreta, certo? E os acontecimentos recentes mostraram que a igualdade de gênero estava bem longe de ser uma bandeira do dirigente.

Uma funcionária da CBF acusou formalmente o então presidente da CBF de assédio moral e sexual. A denúncia foi protocolada na Comissão de Ética da CBF e na Diretoria de Governança e Conformidade. Aliás, diretores e colegas haviam presenciado algumas das humilhações sofridas por ela e os rumores do que acontecia já rondavam a instituição e, mesmo assim, silenciou-se.

Silenciar em situações de abuso também é consentir. Ou seja, o problema institucional parte de Caboclo, mas vai além. Não deveria haver mais espaço para esse tipo de situação, exigimos uma investigação séria e a responsabilização. Toda a nossa solidariedade à corajosa funcionária que enfrentou o homem mais poderoso do futebol brasileiro e a estrutura machista que o sustenta.  

Edição: Lia Bianchini