2.723 óbitos

Mortes e casos em 24 horas dão salto e reforçam cenário de piora da covid no Brasil

Ritmo de vacinação segue lento e histórico de atrasos e mudanças preocupa Fiocruz e outras entidades científicas

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Protesto contra Bolsonaro em Brasília (DF), onde manifestantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios para pedir impeachment e vacina para todos - Renato Cortez

O Brasil registrou nesta quarta-feira (9) mais 2.723 mortos por covid-19 nas últimas 24 horas. Com o acréscimo, o país fica a um dia de 480 mil vítimas do coronavírus desde o início do surto, em março de 2020. Com 479.515 mortos, o Brasil é a segunda nação do mundo com maior número oficial de vítimas da infecção respiratória, atrás apenas dos Estados Unidos.

Em relação ao número oficial de contaminados no período, foram notificados 85.748 novos casos. O total, desconsiderando a subnotificação, é de 17.122.877 doentes. Os números de hoje representam um salto em relação às respectivas médias móveis. A de mortes está em 1.687 óbitos a cada um dos últimos sete dias e a de novos casos, em 57.542.


Números da pandemia de covid-19 no Brasil nesta quarta-feira (9) / Conass

Vacinação

De acordo com órgãos científicos, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o país está diante de um possível recrudescimento do número de contágios e mortes por covid nas próximas semanas. O cenário é preocupante, principalmente em razão da vacinação seguir em ritmo lento. Hoje, o país tem mais de 100 milhões de doses de imunizantes já distribuídas aos estados.

Deste total, pouco mais de 72 milhões já foram aplicadas. Estão totalmente vacinados apenas 10,8% dos brasileiros e 23% receberam uma primeira dose. Esta porcentagem coloca o Brasil na posição 76 no ranking de imunização global.

O governo federal, pressionado de todos os lados, anuncia perspectiva de vacinar todos os adultos até o fim do ano. Porém, para cumprir essa meta terá de acelerar a imunização e aplicar cerca de 1,5 milhão de doses por dia. O histórico não inspira otimismo, já que atrasos e revisões nos planos são constante, em razão de atrasos na aquisição e importação de insumos para a produção das vacinas.

Estado do Brasil com os maiores números de contaminados e vítimas da covid, São Paulo tenta acelerar a vacinação e anunciou a imunização de todos os grupos prioritários até o fim de outubro.