Rio Grande do Sul

Machismo

Força-tarefa recebe denúncias de violência política contra vereadoras do RS

Os relatos das parlamentares vão desde tentativas de calarem as suas vozes até ameaças de morte

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Na ocasião, foram acolhidas denúncias de vereadoras que vêm sofrendo ataques machistas e violência política no exercício dos seus mandatos - Reprodução

A violência política contra mulheres foi uma das principais pautas da reunião da Força-tarefa de Combate aos Feminicídios no Rio Grande do Sul, vinculada à Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, realizada nesta segunda-feira (7), de forma virtual. 

Motivada pelo movimento de mulheres e direções partidárias, o encontro contou com a participação de deputados, vereadoras e representantes de diversas entidades e órgãos públicos. Durante a reunião, foi encaminhada uma moção de apoio e solidariedade à ex-deputada Manuela d’Ávila, que tem sido, junto à sua família, alvo de ataques de grupos de ódio. 

Na ocasião, foram acolhidas denúncias de vereadoras que vêm sofrendo ataques machistas e violência política no exercício dos seus mandatos. “São mulheres que têm sido sistematicamente ameaçadas dentro e fora das Câmaras, em virtude das suas atuações”, afirma Ariane Leitão, da coordenação da Força-tarefa.

Os relatos, que vão desde tentativas de calarem as suas vozes até ameaças de morte, foram feitos pelas vereadoras Rita Della Giustina de Sapiranga, Caren Castencio de Bagé, Lins Robalo de São Borja e Denise Pessôa de Caxias do Sul. 

Para o deputado Edegar Pretto (PT), que preside a Comissão, as situações enfrentadas pelas vereadora são “graves e inaceitáveis”. Ele destaca que é fundamental a união dos poderes e da sociedade civil para combater essa violência. “Precisamos de uma força maior que essa força machista, opressora, que acha que a mulher não pode estar no Parlamento, que não pode ocupar um espaço que historicamente foi ocupado pelos homens.”

Ainda durante a reunião foram compartilhados entre os participantes projetos de lei que tramitam na Assembleia Legislativa e que têm relação com a pauta das mulheres, principalmente os feminicídios. Um deles, de autoria do deputado Jeferson Fernandes (PT), obriga o Estado a disponibilizar espaços de acolhimento e abrigamento emergencial às mulheres, e seus dependentes, vítimas de violência doméstica e familiar durante o período de isolamento social devido à pandemia. O PL deve ser votado na sessão desta terça-feira (8).

Karen Lose, integrante da coordenação executiva da Força-tarefa, adiantou que será protocolado um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa, para criar um mecanismo de enfrentamento ao assédio e à violência política contra as mulheres candidatas e também no exercício da vida política. Também foi anunciado que a Força-tarefa realizará atividades regionais virtuais a cada 15 dias, a fim de ouvir mulheres e lideranças vítimas de violência, e coletar denúncias. A previsão é iniciar ainda este mês.

*Com informações da Assessoria de Imprensa


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Edição: Katia Marko