Paraná

Violência Policial

Vereador Renato Freitas é preso em Curitiba e acusa ação policial de racista

Não é a primeira vez que o parlamentar sofre perseguição e violência policial

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O Vereador foi detido quando jogava basquete em uma praça no centro de Curitiba - Divulgação

O vereador de Curitiba, Renato Freitas (PT), foi preso na tarde desta sexta, 04/06, pela Polícia Militar na Praça 29 de Março, região central da cidade de Curitiba. No vídeo divulgado pela equipe do mandato do parlamentar, os policiais abordaram Renato e um amigo que estavam jogando basquete e ouvindo música no local. A justificativa da abordagem policial foi que haviam recebido uma reclamação de perturbação sonora. Porém, Renato disse que não houve nenhum tipo de diálogo anterior à ação violenta da polícia que retirou o rádio e o quebrou no chão. Após duas horas detidos no Batalhão da Policia Militar do Paraná, foram liberados.

Em coletiva à imprensa, Renato reiterou que a ação foi arbitrária, por motivos racistas e não seguiu a lei. “Não nos informaram ali dentro do Batalhão da PM porque nos prenderam. Quando questionei que a ação não precedeu de diálogo e orientação para que desligássemos a música, não tinham explicação. Pelo contrário, pegaram o rádio e quebraram. Nos levaram para o camburão, torcendo o braço e outros atos de violência física. Nossa sorte foi que gravamos com o celular e por isso tivemos este apoio, aqui,” disse. "“Trataram a gente com racismo. Eu, hoje, representante da cidade, como vereador, não fui tratado como vereador nem como cidadão, nem como pessoa”, disse ele. “A minha humanidade foi retirada no momento em que bateram, agrediram, injuriaram. Eu perguntava por que e eles não sabiam responder," desabafou. Militantes do PT, movimentos sociais, amigos do Vereador e advogados populares se concentraram em frente ao  Batalhão da Polícia Militar pedindo a soltura e denunciando a ação como racismo.

Em nota à imprensa, a equipe do mandato  disse que “Renato acompanhou uma abordagem policial realizada de forma inadequada, ferindo direitos fundamentais do cidadão em questão. O vereador questionou o método, que é corriqueiramente aplicado pela Polícia Militar. Entretanto, em total desrespeito às prerrogativas inerentes à sua posição, mesmo tendo se identificado como Advogado e Vereador, foi levado preso ao Batalhão da Polícia Militar, em condições absolutamente desproporcionais e inadequadas com relação à sua dignidade.”

O Partido dos Trabalhadores  também emitiu nota denunciando ação de racismo da Polícia Militar do Paraná. “Enquanto jogava basquete e ouvia música com amigos em uma praça pública de Curitiba, Renato Freitas presenciou uma abordagem policial realizada de forma inadequada pela Polícia Militar. Renato, que é advogado, questionou a PM sobre o método de abordagem, que visivelmente feria os direitos daquele cidadão. Em total desrespeito à posição que Renato ocupa, ele foi detido pela PM e encaminhado ao Batalhão da Polícia Militar. A truculência da PM com o vereador foi filmada e postada nas redes sociais de Renato,” diz a nota.

O PT Paraná também informa que não é a primeira vez que Renato Freitas sofre violência policial motivada por racismo. “Não é a primeira vez que o Renato Freitas sofre violência e perseguição política em Curitiba. Em 2016, ele foi preso pela Guarda Municipal (GM) enquanto panfletava para sua campanha a vereador. Em 2018, houve nova agressão da GM quando ele fazia campanha na condição de candidato a deputado estadual. No final do mesmo ano, ele foi detido pela PM na Praça do Gaúcho, quando realizava uma reunião com outros quatro jovens. Quando se trata de jovens negros e periféricos, a abordagem da Polícia Militar e da Guarda Municipal é sempre a mesma, inflamada pela truculência e pela violência. Até quando jovens negros serão impedidos de usufruir de seus direitos? Basta.”

 

 

 

 

Edição: Frédi Vasconcelos