Paraná

Covid-19

Trabalhadores da Assistência Social fazem mobilização por vacina no Paraná

Trabalhadores do SUAS estão entre as prioridades da vacinação, mas não têm sido contemplados pelos municípios

Curitiba (PR) |
Profissionais do SUAS se manifestaram em Irati (PR) pedindo vacinação - Divulgação

Nesta segunda (31), trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) da região Centro do Paraná fizeram uma paralisação das atividades e realizaram um ato pedindo prioridade na vacinação contra a Covid-19. Esses profissionais atuam na linha de frente no atendimento presencial ao público e não paralisaram suas atividades em nenhum momento da pandemia.

Apenas no município de Irati e nos nove municípios vizinhos na região central pelo menos 25% dos profissionais já foram contaminados. Em todo o Paraná, pelo menos 16 assistentes sociais já morreram em decorrência da Covid-19, segundo informações do Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR).

“Temos hoje, apenas no Paraná, mais de 1,5 milhão de pessoas com registro no CadÚnico e mais de 420 mil no Bolsa Família, além de populações em situação de vulnerabilidade. Os profissionais da Política de Assistência Social ajudam a proteger essas populações, a colocar em prática políticas públicas essenciais e precisam fazer com que os serviços funcionem de maneira presencial. Precisamos proteger esses trabalhadores e fazer com que eles sejam prioridades para os municípios paranaenses”, explica Marcia Lopes, conselheira do CRESS-PR.

Entre os trabalhadores do SUAS estão inclusos assistentes sociais e profissionais de outras áreas em Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), unidades e casas de acolhimento e outras organizações. A estimativa é que haja 30 mil trabalhadores do SUAS no Paraná.

Desde o início da campanha de imunização no estado, o CRESS-PR tem reforçado a necessidade de vacinação desses trabalhadores, que estão presentes no Plano Estadual de Vacinação com grau de prioridade igual ao de profissionais da Educação. Nem todos os municípios, no entanto, têm seguido essa orientação, uma vez que seguem o Plano Federal, que exclui esse segmento das prioridades. A proposta de lei para a inclusão de profissionais do SUAS entre as prioridades foi aprovada pela Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado Federal.

Articulações

A luta pela vacinação para profissionais do SUAS também atinge outras categorias, como a de psicólogos e pedagogos. O tema também motivou uma reunião conjunta com o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), que deve realizar uma mobilização na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Encontros com associações de municípios e entidades de prefeitos e vereadores também estão na agenda de articulações.

“O trabalho do SUAS é essencial para promover a dignidade e trazer um alento a milhares de famílias que passam por grandes dificuldades durante a pandemia. As condições de trabalho têm sido difíceis e a vacina pode amenizar a preocupação de profissionais que são tão essenciais nesse momento”, afirma o deputado Tadeu Veneri, como representante da Assembleia Legislativa do Paraná.

O CRESS-PR enviou ofícios para o Governo do Estado do Paraná e demanda uma reunião com a Secretaria Estadual de Saúde para tratar do assunto. Em paralelo, também tem feito reuniões com representantes do Ministério Público do Paraná.

No dia 14 de maio, o procurador e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, enviou um ofício direcionado ao Governo solicitando informações a respeito da vacinação para esse grupo prioritário. Uma nova reunião com a Promotoria de Saúde Pública deve ser realizada nesta semana.

Edição: Lia Bianchini