Ceará

#29M

Editorial | O recado foi dado: as ruas vão ser decisivas

As manifestações foram realizadas em várias capitais e na maioria das cidades médias do país

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Manifestantes em Juazeiro do Norte (CE) - Rodolfo Santana

Neste último sábado (29) o povo brasileiro foi às ruas em um Dia Nacional de Mobilização organizado pelas forças progressistas através das redes sociais. Entre elas, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, partidos políticos e movimentos populares convocaram a população a participar das manifestações contra a política desastrosa de Bolsonaro que vem afundando o país em uma crise econômica, política, social e sanitária sem precedentes.

As manifestações foram realizadas em várias capitais e na maioria das cidades médias do país, as ruas foram tomadas por caminhadas, comícios, carreatas e bicicletadas com a participação massiva da população local.

Aqui no Ceará, a manifestação na capital Fortaleza foram divididas em duas concentrações na Praça da Gentilândia, no Bairro Benfica e no Bairro Castelão no intuito de evitar grandes aglomerações. Os manifestantes tiveram a preocupação de se manterem o tempo todo de máscaras, com o uso de álcool em gel e distanciamento, com bandeiras do Brasil, cartazes e faixas se destacavam com frases: “Fora genocida”, em defesa do SUS, contra as privatizações, mais vacinas, auxílio emergencial, pedidos de impeachment e apoio a CPI da covid-19 no Senado. Essas pautas, deram o tom dos atos. 

Apesar do momento pandêmico, os atos foram grandes, coloridos, animados, pacíficos e multi-geracionais. Bem diferente se comparado com o ato pró Governo, do último dia 22, que mostrou o total descaso do presidente com a democracia, as instituições e a saúde do povo, defendendo de forma criminosa o uso de remédios não aprovados sem se falar no boicote e na demora proposital em adquirir imunizantes, recusando 11 vezes as ofertas para compra de vacinas, cerca de 70 milhões de doses.

O Brasil ultrapassou a triste marca de mais de 462 mil mortes por covid-19, o país está em luto, ao mesmo tempo o povo sofre com o desemprego, segundo o IBGE, atinge 14,4 milhões de pessoas, e os outros 40 milhões que sobrevivem em empregos informais estão passando fome sem ter como trabalhar. 

Nesses dois anos de pandemia, os movimentos populares vêm lutando por direitos como a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, a exoneração das tarifas de água, luz, gás de cozinha e a defesa da vacinação em massa, realizando campanhas de solidariedade para conter a fome que chegou rápido nas famílias que moram nas periferias empobrecidas, a falta de alimento já eram gritante e se aguça com o aumento da inflação e dos preços, que subiram 19,42% nos últimos 12 meses encarecendo o valor da cesta básica.

Ao entrar da noite os atos foram se encerrando de forma tranquila, os manifestantes que percorreram vários bairros da cidade em conjunto com dezenas de organizações políticas, continham mensagens pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro do cargo, que também seja processado e responsabilizado. A manifestação do dia 29 de Maio deixou um recado, mostrando que as ruas vão ser decisivas, amplificando ainda mais a pressão nas redes e no Congresso, tencionando a Câmara dos Deputados para que paute os pedidos de impeachment.

Edição: Monyse Ravena