No início desta semana, os partidos de esquerda e independentes impuseram importante derrota a grupos conservadores chilenos, que governam o país atualmente, conseguindo a maioria das 155 cadeiras para a Assembleia Constituinte.
Essa representação na elaboração da nova Carta Magna é resultado de inúmeros protestos ao longo de 2019 e do plebiscito popular que decidiu, por mais de 80% de aprovação, pela realização da constituinte. Essa Carta substituirá a que vigora desde a ditadura de Pinochet e representa, além do autoritarismo, quatro décadas de neoliberalismo profundo que assolou o país, ao retirar direitos e privatizar os serviços básicos.
O processo da constituinte no Chile é inédito, ao garantir paridade de gênero entre os eleitos, além de contar com 17 representantes dos povos originários e ter possibilitado eleger pessoas independentes de partidos, muitas das quais são ativistas e militantes de movimentos populares.
O texto ainda demora para ser redigido e aprovado, mas a composição dos deputados constituintes já demonstra um grande avanço para a democracia chilena, que terá a oportunidade de repensar as bases de uma nova configuração socioeconômica que priorize as demandas populares, a dignidade e o bem viver de toda a população. Que os bons ventos do Chile nos inspirem!
Edição: Lia Bianchini