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Covid-19

Que tipo de máscara devo usar? Cientistas da UFPR respondem

Projeto "Pergunte ao Cientista" tira dúvidas sobre cuidados para se proteger da Covid-19

Curitiba (PR) |
Atualmente, com estudos mais avançados, sugere-se uma máscara para cada situação - Fabiana Reinholz

A possibilidade de uma terceira onda da Covid-19 e o surgimento de novas variantes do vírus reacenderam as dúvidas da população sobre a doença. A Agência Escola da Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebeu mais de 40 perguntas de diferentes regiões do país, que foram respondidas por cientistas e pesquisadores da Universidade. A atividade é realizada pelo projeto Pergunte aos Cientistas, que busca aproximar o conhecimento científico da população.

Com o tema “cuidados redobrados: momento mais crítico da pandemia”, a ação deste mês aborda cuidados básicos para evitar a Covid-19, uso de máscaras, vacinação, contaminação e reinfecção pelo coronavírus, além de outros aspectos da doença questionados pela sociedade. 

Desde o início da pandemia, o uso de máscaras foi uma das primeiras recomendações dadas. Inicialmente, profissionais da saúde, infectologistas e cientistas sugeriram qualquer tipo, de papel ou tecido, desde que impedisse o contato via respiração entre as pessoas. Atualmente, com estudos mais avançados, sugere-se uma para cada situação.

Cientistas da UFPR responderam que as máscaras mais eficazes são aquelas com mais camadas ou feitas com materiais menos porosos, sejam elas de tecido ou papel. Elencamos abaixo algumas das dúvidas sobre o uso de máscaras.

Máscaras de tecido ainda são eficazes?

"O ideal é que sejam usadas em ambientes abertos, onde não há muitas pessoas. As que possuem três camadas conferem alta proteção, se respeitado o distanciamento social. Essas máscaras devem ser usadas por duas a três horas ou substituídas quando ficarem úmidas”, diz o texto elaborado pelo conjunto de nove pesquisadores da UFPR.

E as máscaras N95 e PFF2?

Os cientistas explicam que as máscaras cirúrgicas apresentam três camadas e são bastante efetivas para proteção, podendo ser usadas para ir ao mercado e em lugares internos, por exemplo.

“A máscara mais eficiente é a N95 ou PFF2, produzida com material bem compacto, o que garante uma alta proteção. Essa máscara tem a vantagem de vedar bem o espaço acima do nariz e as laterais do rosto, diminuindo bastante a chance de contaminação. Se você precisa frequentar locais com muitas pessoas, utiliza transporte público em horários de pico ou trabalha na área de saúde, essa máscara é a mais indicada.”

Sobre a higienização, recomenda-se que “após duas a três horas, ou antes, se estiver úmida, a máscara deve ser descartada no lixo do banheiro. Porém, essa máscara é reutilizável e não deve ser lavada. Você pode usá-la por duas a três horas e depois deixá-la 'descansando' por três dias, para então utilizá-la novamente.” 

Para aquelas pessoas que utilizam o transporte púbico e não têm as máscaras N95 ou PFF2, os cientistas da UFPR respondem que é possível reforçar a proteção com o uso de duas máscaras. “Se você precisa frequentar um local com muitas pessoas e não deseja adquirir uma máscara N95 ou PFF2, pode usar duas máscaras, uma descartável e outra de tecido. Isso garante uma proteção extra, mas lembre-se sempre de manter o distanciamento”, recomendam os cientistas.

Com válvulas não devem ser usadas  

Foram feitas perguntas também sobre o uso de máscaras com válvulas e faceshield. A resposta dada é que “máscaras com válvulas não devem ser usadas, pois se quem a usa estiver contaminado poderá liberar partículas virais pela válvula e contaminar outras pessoas. Já o uso de faceshield só é eficaz junto de uma máscara. Apesar de permitidos como uma ferramenta adicional para a proteção dos olhos, eles não cobrem completamente a boca e o nariz contra gotículas respiratórias.” 

Edição: Lia Bianchini