Paraná

Educação na pandemia

"Volta às aulas presenciais mostra incapacidade do Governo do Paraná", diz sindicato

Foto divulgada em canal oficial mostra sala de aula com janelas fechadas, contrariando recomendação de arejar ambientes

Curitiba (PR) |
APP-Sinditaco alerta para desrespeito às medidas de proteção contra a Covid-19 nas salas de aula - SEED

Nesta segunda-feira (10), 200 colégios estaduais paranaenses, em 68 municípios, retornaram às aulas presenciais, adotando o modelo híbrido de ensino, com parte dos alunos em sala de aula e parte em ensino remoto, assistindo às aulas ao vivo. Os espaços têm computadores e internet, para que os professores interajam com ambos os grupos de estudantes ao mesmo tempo.

O retorno acontece em 15 dos 32 Núcleos Regionais de Educação (NREs), a maioria na região Oeste do estado. Os demais colégios estaduais permanecem no ensino remoto e devem retornar às atividades presenciais gradualmente, ao longo das próximas semanas.

"Na medida em que observarmos a segurança desse grupo, ampliaremos o retorno gradativamente até chegar a 100% da rede”, informou o secretário estadual da Educação, Renato Feder.

Para a APP-Sindicato, que representa a categoria dos profissionais da Educação, a volta às aulas presenciais neste momento "é um erro, por motivos de saúde pública, pedagógicos e legais", que pode "aumentar os casos, os internamentos e as mortes por Covid-19."

O sindicato denuncia que a própria divulgação do estado sobre o retorno presencial às escolas mostra a inadequação às medidas de proteção contra o coronavírus. No site de notícias do governo do Paraná, a foto que ilustra a matéria sobre volta às aulas mostra uma sala com janelas fechadas, contrariando a indicação de manter ambientes arejados.

"A foto oficial que ilustra a matéria sobre o tema mostra a incapacidade do secretário Renato Feder de organizar um retorno presencial seguro, como prometeu ao governador Ratinho Jr que faria", diz nota da APP-Sindicato.

Vacinação para profissionais da Educação

Uma demanda da categoria é que as aulas só retornem de forma presencial após a vacinação dos profissionais da Educação. O Governo do Estado informou que o retorno acontece, agora, "paralelamente à vacinação dos profissionais da Educação, que ocorre neste mês, simultaneamente a das pessoas com comorbidades."

Serão, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, 32 mil doses da vacina AstraZeneca destinadas a profissionais da Educação das redes estadual, municipal e privadas, começando pelas pessoas entre 55 e 59 anos.

A APP-Sindicato lembra que o número é insuficiente para a primeira dose em 20% dos trabalhadores da Educação. "O momento é crítico e quem poderia estar comprando vacinas está boicotando, mas a preocupação e empenho de Ratinho Jr se dedicam a empurrar as pessoas para dentro das escolas com janelas fechadas", afirma o sindicato.

Edição: Lia Bianchini