Paraná

Feminicídio

Caso Tatiane Spitzner: Manvailer é condenado a 31 anos por matar a mulher

O autor do crime foi condenado por feminicídio, sem direito de recorrer em liberdade

Curitiba (PR) |
A advogada Tatiane Spitzner foi assassinada pelo marido no dia 22 de julho de 2018 - Arquivo Pessoal

Luis Felipe Manvailer foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão pelo homicídio qualificado da esposa, Tatiane Spitzner, em júri popular que chegou ao fim nesta segunda-feira (10), após sete dias de julgamento.

A advogada paranaense Tatiane Spitzner foi encontrada morta no dia 22 de julho de 2018, após queda do quarto andar do apartamento onde morava, na cidade de Guarapuava, no Paraná, com o marido Luís Felipe Manvailer. Apesar de, na época, ter negado a autoria da morte da esposa, imagens do elevador daquela noite mostram agressões físicas cometidas pelo marido antes dos dois entrarem em casa. Além disso, o Instituto Médico Legal (IML) chegou a emitir um laudo em que afirma que ela morreu ao ser esganada e antes de cair do prédio.

O júri acatou a denúncia feita pelo Ministério Público que diz que Manvailer agrediu, asfixiou e matou Spitzner e depois lançou seu corpo pela sacada. Durante o julgamento, Luís Felipe chegou a se justificar dizendo que a advogada teria tido "ataques de ciúmes", o que o levou a se irritar, negando, porém, que a tenha assassinado. Luís Felipe chegou a descer até o corpo de Tatiane, após a queda. Limpou vestígios de sangue no caminho até o apartamento e fugiu. Foi encontrado pela polícia após bater o carro em uma rodovia em direção ao Paraguai.

Durante a leitura da sentença, o juiz André Scussiatto relembrou outros casos de feminicídio de projeção nacional, repercutindo que as vítimas viviam relacionamentos abusivos com seus parceiros.

Sem direito de recorrer em liberdade

O juiz Adriano Scussiato Eyng não concedeu a Manvailer o direito de recorrer em liberdade, mantendo a prisão preventiva. Ele já está preso na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) há dois anos e nove meses. Ele foi condenado por feminicídio a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão. Além de ter que pagar R$100 mil reais aos pais da vítima, por danos morais.

A decisão foi dada por sete jurados, todos homens, que foram sorteados no início do julgamento para compor o Conselho de Sentença. A composição do júri foi duramente criticada por movimentos feministas que exigiam a participação de juradas mulheres.

Edição: Frédi Vasconcelos