Paraná

Coluna

Carta da UMT número 4: às mães trabalhadoras

Imagem de perfil do Colunistaesd
Mães que resistem, que estão sempre à frente da organização popular, que conduzem nossas cozinhas comunitárias e tantas ações de solidariedade - Pedro Carrano
Mães que sofrem com a sobrecarga, com a falta de condições e de políticas econômicas

Hoje, 9 de maio, nossa homenagem é para o Dia das Mães.

Em especial, queremos falar aqui das mães trabalhadoras, moradoras das periferias e áreas de ocupação, mães negras, mães solteiras, mães operárias, domésticas, cozinheiras, que encaram os desafios da realidade.

São mais de 11 milhões de mães solo no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com reportagem do Brasil de Fato Paraná.

Mães que resistem, que estão sempre à frente da organização popular, que conduzem nossas cozinhas comunitárias e tantas ações de solidariedade.

Mães que sofrem com a sobrecarga, com a falta de condições e de políticas econômicas, com a vida precária, que veem seus filhos, sem oportunidades, serem exterminados pelas forças armadas do Estado. Mães que necessitam de auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600.

Em pesquisa recente, com 135 pessoas cadastradas na cozinha da UMT, aponta que apenas 12 pessoas estão empregadas, 24 vivem a informalidade do trabalho e 75 pessoas de nosso povo que acessam nossa cozinha estão desempregadas.

No terceiro trimestre de 2020, 8,5 milhões de mulheres tinham deixado o mercado de trabalho em comparação ao mesmo período do ano anterior, no Brasil.

A todas essas mães que resistem e conformam nossas organizações, o nosso salve na luta por um mundo absolutamente justo, sem racismo, machismo, preconceito e sem exploração do trabalho. Nada virá de graça, apenas nossa organização pode exigir o que nos é de direito.

União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT)

Novo Mundo, Curitiba, maio de 2021.

Edição: Pedro Carrano