Paraná

Edição 210

Editorial | Quantos Lindolfos mais?

Tanto o vírus quanto a lgbtfobia proliferam no governo Bolsonaro

Curitiba (PR) |
Lindolfo Kosmaski tinha 25 anos e foi candidato a vereador de São João do Triunfo em 2020, pelo PT - Rafael Stedile

O assassinato do jovem professor Lindolfo Kosmaski, no sábado (1º), no interior do Paraná, é motivo de grande indignação. Lindolfo era educador da escola pública, camponês envolvido com as pautas dos trabalhadores sem terra e ativista LGBT, tendo sido candidato a vereador de São João do Triunfo no ano passado. Morto a tiros e com o corpo carbonizado, há indícios de que o crime tenha sido provocado por lgbtfobia.

É preciso cuidadosa e rápida investigação.

A escalada de violência no país não atingiu apenas a vida de Lindolfo, mas afeta todo brasileiro. Em um momento em que milhares de pessoas sofrem por perdas de familiares e amigos devido à Covid-19, é necessário reforçar que a violência e a morte são bandeiras de Bolsonaro.

O presidente estimula o uso de armas e da violência para perpetuar o preconceito. Tanto o vírus quanto a lgbtfobia proliferam em seu governo. Recusou-se a comprar vacinas com antecedência e tentou minimizar a gravidade da doença, assim como destruiu políticas públicas direcionadas à população LGBT.

As mortes causadas pela irresponsabilidade de Bolsonaro e pela discriminação que ele prega demandam o seu impeachment e exigem justiça para Lindolfo e os mais de 400 mil brasileiros mortos por Covid-19.

Edição: Lia Bianchini