Números da pandemia

Brasil registra 24 mil casos de covid-19 e 983 mortes em 24 horas; momento é de queda

Desde o início do surto, em março de 2020, morreram 408.622 brasileiros. No período, país teve 14,8 milhões de casos

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Brasil teve o dia com menor registro de vítimas desde o dia 1º de março - CUT / Reprodução

O Brasil registrou 983 mortos em decorrência de covid-19 nas últimas 24 horas. Às segundas-feiras, existe um represamento de dados, já que existe menor número de profissionais de saúde, em especial de medicina diagnóstica, no trabalho aos domingos.

O dado, ainda assim, pode ser considerado positivo, pois trata-se da primeira segunda-feira com menos de mil mortos desde o dia 8 de março. Desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 408.622 brasileiros. No período, o país tem 14,8 milhões de casos de covid-19 diagnosticados.

Além de quebrar sequência de oito segundas-feiras com números superiores, esta segunda-feira (3) foi o dia com menor registro de vítimas desde o dia 1º de março, quando foram relatadas 774. Outro fato positivo relacionado à pandemia de covid-19 no Brasil é a redução significativa de mortos entre os idosos, fruto da vacinação.

::Bolsonaro pagou R$ 17,8 mi a TVs para falar da campanha "Brasil imunizado"::

Estudo divulgado hoje (3) pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) indica que a vacinação reduziu pela metade o número de mortos com mais de 80 anos. O estudo é intitulado “Estimando o impacto recente da imunização contra a covid-19 em mortes entre idosos no Brasil: analises de dados secundários de cobertura vacinal e mortalidade“.

Ele foi publicado na revista científica internacional MedRxiv. Especialistas da instituição realizaram o levantamento em parceria com cientistas do Departamento de Saúde da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Boa adesão

Desde que a vacinação começou, em janeiro de 2021, a adesão da população aos imunizantes foi positiva. O Brasil seguiu em seu histórico de aceitação de vacinas. No início de março, 95% dos idosos acima de 80 anos já haviam tomado pelo menos a primeira dose de um dos dois fármacos disponíveis; sendo 77,3% CoronaVac e 15,9% AstraZeneca.

O percentual médio de vítimas dessa faixa etária era de 25% a 30% em 2020 e passou para 13% no final de abril. No começo de 2021, a taxa de mortalidade entre pessoas com 80 anos ou mais era 13,7 vezes maior do que para pessoas mais jovens. Esse indicador caiu para 6,9 vezes no início de abril.

“A cobertura vacinal caminhou de forma veloz entre os mais velhos no Brasil. Isso está associado a um importante declínio na mortalidade, comparado com indivíduos jovens. A velocidade da escala de vacinação evitou 13.824 mortes esperadas pelo menos”, aponta. Outro detalhe presente no estudo dá conta de que os resultados positivos vêm em um momento em que a variante brasileira do vírus, chamada de P1, é dominante. De acordo com os dados e outras pesquisas, a cepa identificada em larga escala inicialmente em Manaus está associada a maior mortalidade.

CPI da Covid

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga a atuação começa a tomar depoimentos nesta terça-feira (4). Instalada há uma semana, a CPI recebeu centenas de requerimentos.

Ao longo da semana, os senadores devem ouvir os ministros da saúde nomeados por Bolsonaro e que atuaram ao longo da crise sanitária. Estão marcadas as presenças de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich já para esta terça. Na quarta, deverá ser ouvido o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde e, na quinta, o atual representante da pasta, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.