Paraná

Edição 207

Editorial | Um desastre chamado Bolsonaro

O anseio por abafar investigações, aliás, não é novidade para Bolsonaro

Curitiba (PR) |
A gravação divulgada revela questões gravíssimas, pois tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o senador Jorge Kajuru tramam uma forma de inviabilizar a CPI, mesmo ela sendo instalada - Reprodução

Jair Bolsonaro acumula crimes de responsabilidade na condução da presidência da república. A conversa revelada pelo senador ex-aliado Jorge Kajuru (Cidadania) é um grave sintoma da já conhecida política bolsonarista de ataque às instituições e ao povo brasileiro. O anseio por abafar investigações, aliás, não é novidade para Bolsonaro, que já andou interferindo na Polícia Federal para blindar sua família de apurações do Ministério Público e Polícia Federal. Desta vez, em nenhum momento recusou o teor do diálogo divulgado. O fato é que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado Federal foi aberta, mesmo após o presidente genocida ter demonstrado receio de um “relatório sacana” e ameaçado “sair na porrada” com quem pretende investigá-lo, requentando o clima de golpismo há semanas.

O Senado, na CPI, investigará ações e omissões do governo federal em relação à pandemia, além dos repasses federais aos estados e municípios para o controle do vírus. Na semana em que o Brasil ultrapassa 350 mil mortes por Covid-19, decorrentes da gestão desastrosa que o mantém no posto de pior líder mundial a lidar com a crise pandêmica, Bolsonaro joga contra a democracia e busca refresco em um campo recoberto de mortes.

Que a CPI seja digna para colocá-lo no lugar que a História lhe reserva.

Edição: Pedro Carrano