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Mulheres Negras

Programa debate os impactos da pandemia na vida das mulheres negras no Brasil

O Quarta Sindical também tratou sobre as mulheres negras na política e no sindicalismo.

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O Programa Quarta Sindical é uma parceria entre o Brasil de Fato Paraná e a CUT Paraná - Divulgação

via CUT Paraná

 

O Quarta Sindical desta semana recebeu a conselheira de promoção de igualdade racial e mestranda pela UFPR, Juliana Mittelbach e a conselheira tutelar e promotora legal popular, Aline Castro, para analisar os impactos da pandemia de Covid-19 para as mulheres negras. Parte da parcela mais frágil da população, elas sofrem como ninguém os problemas acarretados pelo novo coronavírus, tanto no trabalho, quanto em casa e ainda no enfrentamento à própria doença. 

Para Aline Castro, as restrições e problemas causados pela pandemia, levam para a população branca uma minúscula parcela dos problemas enfrentados pela população negra.“A primeira morte de covid foi uma empregada doméstica, de 57 anos, que foi contaminada pelos patrões que tinham acabado de chegar de viagem. Essa é a simbologia do vírus no Brasil para mim. Estamos à mercê de boa vontade de políticas públicas, como sempre estivemos. A falta de acesso à saúde, à educação, à políticas públicas, sempre matou nosso povo. Por outro lado, o vírus não faz distinção de raça ou posição social. Percebo que na verdade, a população branca, mesmo com seus privilégios, vivem um pouco do que é a realidade das famílias e das mulheres negras deste país. Nas visitas que faço (como conselheira tutelar) percebo que o padrão de vida, que não era muito bom, tem piorado. Mulheres deixaram de comprar gás de cozinha e voltaram a fazer fogueira em casa para fazer sua comida”, relatou.

Juliana Mittelbach reforçou a importância de políticas públicas para enfrentar a desigualdade na qual estão inseridas as mulheres negras. “O pouco que conseguimos avançar em políticas públicas de promoção da igualdade, estamos segurando agora para não perder. Sabemos que neste governo não há possibilidade de avanços. O extermínio da juventude negra continua acontecendo, a violência obstétrica, a violência de gênero, os estupros, a violência doméstica continuam acontecendo”, avaliou. “Falta um programa de enfrentamento a todas essas consequências que a pandemia está trazendo. Nós dependemos de políticas públicas e elas muitas vezes chegam com a segurança pública com o encarceramento em massa da população negra e com o extermínio da nossa juventude”, completou Juliana.

Análises sobre a situação de espaços públicos de trabalho, nos hospitais, as estatísticas relacionadas à população negra, mulheres negras nos espaços de poder, a falta de solução para o assassinato de Marielle Franco e a piora nas condições materiais de vida você confere nesta edição no vídeo abaixo. Não esqueça de anotar na sua agenda. Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical será transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR:

Edição: Ana Carolina Caldas