Paraná

LUTA POR DIREITOS

Movimento completa 30 anos e denuncia tentativa de privatização da Eletrobras

MAB é composto pela diversidade do povo brasileiro atingido por megaempreendimentos

Curitiba (PR) |
MAB é composto pela diversidade do povo brasileiro atingido por megaempreendimentos - Joka Madruga

O programa BDF Paraná Entrevista abordou, no dia 15, os 30 anos do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que no Paraná e no Brasil organiza comunidades atingidas por hidrelétricase megaempreendimentos.

Ao longo do tempo, o MAB ampliou de uma pauta de indenização aos atingidos para uma compreensão do controle popular sobre os recursos naturais de água e energia, hoje nas mãos de empresas transnacionais, encarecendo o custo de vida do povo.

“A energia passa a ser implementada pelo capital enquanto mercadoria, a partir daí a luta e organização do movimento toma novos rumos, entendendo o contexto do setor elétrico”, explica Nívea Diógenes, integrante da coordenação nacional do MAB. O debate é central neste momento quando o governo Bolsonaro (sem partido) quer a privatização da principal empresa de base do setor, a Eletrobras, e suas áreas de geração, transmissão e distribuição. Para o MAB, há interesses financeiros corporativos na venda de patrimônio de 125 usinas de geração, 71.153 Km de linhas de transmissão e 366 subestações.

Voltando às origens do movimento, Robson Formica, também da coordenação do Robson Formica, comenta que o movimento abrange sujeitos afetados pelos empreendimentos – de arrendatários rurais, indígenas, quilombolas, camponeses, pequenos agricultores, pescadores artesanais, gerando lutas que remetem aos anos 70, contra um modelo energético excludente ao povo. “Somenta a luta organizada do povo é capaz de resistir à ofensiva do Capital e conquistar direitos, esse é o grande aprendizado nesses anos de luta dos atingidos”, diz.

Por falar em lutas, Nívea critica o momento de aplicação de tarifaços, em que o povo trabalhador é penalizado: “O custo de geração de energia é muito baixo, mas o preço todo mundo sente com o valor da energia, então não é uma luta só do agricultor, expulso da beira do rio, é luta dos urbanos, que também pagam tarifa cara”, convoca.

 

 

Edição: Pedro Carrano