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Vacinação

No Hospital de Clínicas, 943 profissionais ainda aguardam primeira dose da vacina

Trabalhadores(as) realizaram protesto exigindo vacina da Secretaria Municipal de Saúde

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943 trabalhadores do Hospital de Clínicas ainda aguardam a primeira dose do imunizante contra a COVID-19. - Giorgia Prates

Enquanto a segunda fase da vacinação avança em Curitiba, 943 trabalhadores do Hospital de Clínicas ainda aguardam a primeira dose do imunizante contra a COVID-19. São 181 técnicos administrativos que trabalham presencialmente, 71 que estão em trabalho remoto e 16 que estão de licença; 382 terceirizados de diversas categorias, como copeiras, eletricistas, vigilantes e almoxarifes; assim como 295 alunos em estágio regular. Segundo as determinações do Plano Nacional de Imunização (PNI), trabalhadores e trabalhadoras da saúde deveriam ter sido imunizados com prioridade, antes mesmo da vacinação dos idosos. Em repúdio ao descaso da Secretaria Municipal de Saúde, “os sem vacina do HC” estão organizando um protesto que será realizado amanhã, dia 12, às 9h, no pátio em frente ao hospital.

De acordo com o Sinditest, entidade que representa os técnicos administrativos do complexo hospitalar, uma das categorias que ainda não foi 100% vacinada, a situação dentro da instituição é grave. Segundo levantamento extra oficial, ao menos 20% das equipes já foram contaminadas com o vírus, muitos acabaram não resistindo. “ A Secretaria Municipal de Saúde não cumpriu a vacinação no HC. Começou a segunda  fase sem ter vacinado trabalhadores de vários setores técnicos administrativos. São muitos que trabalham no atendimento à comunidade, no administrativo, no almoxarifado, terceirizados que não receberam a primeira dose e trabalhando dentro de um hospital correm risco de contaminação. Mas, além de cobrar do município sabemos também que o governo federal tem atuado com uma política irresponsável tratando sempre  a pandemia como algo inferior, aliado ao governo estadual totalmente submisso,” diz Evandro Castagna, coordenador do SINDITEST PR


Na última semana, em busca de respostas, o Sinditest oficiou o Ministério Público do Paraná cobrando esclarecimentos sobre a demora para a imunização total do quadro de trabalhadores lotados no Complexo do Hospital de Clínicas. Em resposta ao ofício, o MP sugeriu que fosse "instada a Secretaria Municipal de Saúde, visto que aqueles profissionais que claramente se enquadram no protocolo atual estão sendo vacinados. O que pende de análise são aqueles cujas condições laborais ocasionam dúvidas sobre a real necessidade no atual momento”.

Em resposta,  Flávia Celene Quadros, gestora à frente da Secretaria Municipal da Saúde,  declara que: “entendemos que os profissionais do Hospital estão no grupo da primeira fase, porém até que exista uma regularidade no fornecimento de doses de vacina, não temos como manter o cronograma de vacinação."

 


Técnicos administrativos "sem vacina" no Hospital de Clínicas protestaram nesta sexta feira, 12. / Giorgia Prates

 

Trabalhadores dizem terem sido abandonados.

Esta situação, que se arrasta há quase um mês, tem provocado desânimo e incertezas entre os profissionais. Alguns, inclusive, afirmam que não retornarão ao trabalho presencial enquanto não forem imunizados.

Presente no protesto, a assistente administrativa do Hospital de Clínicas que trabalha diretamente com a Residência Médica, disse que o sentimento de indignação é muito grande. “É muito indignante ficarmos sem vacina porque temos contato com a comunidade. Então todos estamos expostos ali no hospital. Ficamos o tempo todo com esperança que seríamos vacinados, mas fomos abandonados. Inclusive eu peguei COVID19 e outros colegas também,” diz.

Já Alexandre, técnico que trabalha na área de suprimentos, reitera que dentro do hospital todos estão suscetíveis. “Não houve transparência nesse tema das vacinas aqui para o HC. Falamos que todos foram vacinados ,que todo o hospital está imunizado, mas é uma mentira. Estamos todos em risco de se contaminar e trazer o vírus. Os chefes do setor foram vacinados e porque os funcionários, não,” questiona.

 


Técnicos administrativos "sem vacina" no Hospital de Clínicas protestaram nesta sexta feira, 12. / Giorgia Prates

 

Edição: Gabriel Carriconde