Lula fala
Na quarta, 10, o ex-presidente Lula fez no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, seu primeiro pronunciamento após a decisão do ministro do STF Edson Fachin que cancelou os processos julgados por Sérgio Moro em Curitiba por entender que ele não era o juiz competente para analisar os casos.
Discurso de candidato
Na fala, Lula fez questão de dizer que no momento o “Brasil não tem governo”, criticando o negacionismo de Bolsonaro na pandemia. Para o ex-presidente, deveria existir um comitê de crise, coordenado as ações em todo o País, não o caos atual em que cada um atira para um lado. Lembrou que na época da pandemia de H1N1, em três meses, 80 milhões de pessoas foram vacinadas. E disse que no governo atual demitiram até o “Zé Gotinha” por acharem que ele era “petista”.
Maior mentira jurídica
Lula disse que foi vítima “da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história. Eu sei que a minha mulher, a Marisa, morreu por conta da pressão e o AVC se apressou. Eu fui proibido até de visitar o meu irmão dentro de um caixão”, disse o ex-presidente. “Eu tinha tanta consciência do que estava acontecendo no Brasil, que eu sabia que esse dia (de absolvição) chegaria. E ele chegou”, disse.
Vigília e apoios
Lula também disse que a prisão não foi tão insuportável como imaginava por conta da solidariedade. Lembrou que todo dia, nos 580 dias em que passou preso em Curitiba, acordava ouvindo o “bom dia, presidente”, almoçava com as pessoas mandando saudações e no fim da tarde ouvia novamente aqueles que estavam na Vigília Lula Livre. Lembrou também que era visitado todos os dias por advogados aqui de Curitiba, que levavam suas refeições e ajudavam a suportar o cárcere.
Edição: Ana Carolina Caldas