Paraná

Relação em crise

Por vacinas, Greca e Ratinho se desentendem com Bolsonaro

Aliados estão pressionados pelo lockdown e falta de vacinas para a população

via Porém.net |
Greca e Ratinho estão vendo cair na conta da imagem deles os efeitos do "semi lockdown", enquanto Bolsonaro transfere responsabilidades - Daniel Castellano

A aliança carnal entre o prefeito de Curitiba Rafael Greca (DEM) e o governador Ratinho Junior (PSD) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está em crise conjugal. Tudo por conta da falta de vacinas para imunizar a população. Greca e Ratinho estão vendo cair na conta da imagem deles os efeitos do "semi lockdown" adotados desde sábado (27), enquanto o presidente segue transferindo responsabilidades para os outros políticos.

Greca foi o primeiro a mostrar insatisfação com a carta ao presidente ainda quando tinha vacina na cidade e se planejava o retorno das aulas. Depois, o prefeito de Curitiba voltou a cobrar publicamente o Ministério da Saúde e o presidente pela sabotagem na vacinação. “Havendo possibilidade de compra da vacina, vamos comprar”, disse.

O prefeito da capital paranaense tem participado de encontros da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para questionar a demora na vacinação. Tem caído na conta deles a falta de vacinas e, principalmente, o fechamento das cidades diante da falta de leitos.

Já o governador Ratinho Junior, que na quinta-feira (25) estava sorridente ao lado de Bolsonaro, tem motivos de sobra para se preocupar. Ele até assinou – pela primeira vez – carta dos governadores após Bolsonaro usar o Twitter para divulgar repasses federais para os estados, dando a entender que a responsabilidade é dos governadores.

Eles devolveram o questionamento e perguntaram onde foi parar o dinheiro. “Adotando o padrão de comportamento do Presidente da República, caberia aos Estados esclarecer à população que o total dos impostos federais pagos pelos cidadãos e pelas empresas de todos Estados, em 2020, somou R$ 1,479 trilhão. Se os valores totais, conforme postado hoje, somam R$ 837,4 bilhões, pergunta-se: onde foram parar os outros R$ 642 bilhões que cidadãos de cada cidade e cada Estado brasileiro pagaram à União em 2020?”, questionam os governadores.

Edição: Lia Bianchini