Paraná

Coluna Porém

Só o jornalismo (e anúncios) nos salva

A experiência mostra que jornalismo não sobrevive de idealismo

Curitiba (PR) |
Jornais populares surgiram para visibilizar movimentos e contrapor a visão da grande mídia - Gibran Mendes (foto de 2018)

Estava refletindo sobre a parceria entre o Brasil de Fato Paraná e o Porém.net. Dois veículos que desde antes da Lava Jato contribuem entre si com pautas, reportagens e empatia, “nascidos” dentro da mesma angústia. Ambos surgiram para visibilizar movimentos e contrapor a visão da grande mídia, que demonizava movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda.

Anos após, a experiência mostra que jornalismo não sobrevive de idealismo. As iniciativas tropeçam na falta de financiamento - ou anúncio - para pelo menos sustentar suas equipes de profissionais.

Do outro lado, se percebe que o público alvo segue militando em veículos de direita, seja para "questioná-los", repercutindo suas pautas, seja para compartilhá-los quando a reportagem de "ex-veículos golpistas" ataca, por exemplo Bolsonaro.

Curioso que, se a pauta dos veículos progressistas em algum momento abre espaço para autoridades que não são do espectro da esquerda, "o policiamento da pauta" se manifesta. Querem que tenhamos só um lado.

Após anos de reflexão, avalio que ambos veículos devem atuar no compromisso fundamental do jornalismo: noticiar os fatos. Para mim, aos jornalistas, o seu papel é o de militar, em primeiro lugar, no jornalismo. 

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini