Paraná

Solidariedade

Organizações populares entregam alimentos e brinquedos a famílias do sudoeste do PR

Desde abril, já foram arrecadadas mais de 100 toneladas de alimentos, beneficiando aproximadamente 3.700 famílias

Curitiba (PR) |
Famílias da região sudoeste do Paraná receberam 430 cestas de alimentos - Divulgação/Assesoar

Nesta quarta-feira (16), o Fórum Regional das Organizações e Movimentos Populares do Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná, o Comitê Resistência e Solidariedade, a Diocese de Palmas e Francisco Beltrão e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil arrecadaram aproximadamente 12 toneladas de alimentos, que se transformaram em 430 cestas entregues a famílias da região sudoeste do estado.

No início da manhã, o Bispo Dom Edgar Xavier Ertlr, da Igreja Católica, e a Missionária Ana Aline, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, fizeram a benção dos alimentos arrecadados, enfatizando que as ações de solidariedade fazem parte da luta maior para combater a desigualdade social que existe no mundo.

“A grande obra de Deus é exatamente isto que foi dito aqui, a solidariedade. A solidariedade é a partilha, é a comunhão, é a cumplicidade de quem passa fome. A Solidariedade é uma resposta não só sociológica, mas também é uma resposta teológica para um dos piores problemas da humanidade, exatamente a desigualdade social”, disse Dom Edgar Xavier.

Para a missionária Ana Aline, com a pandemia, a desigualdade social ficou mais em evidência. “É difícil, a luta muitas vezes é cansativa, por que nós vivemos em um país de desigualdade, em um país onde as pessoas que não tem voz são silenciadas mais uma vez, e agora com o covid tudo isso veio mais a tona ainda. A quantidade de pessoas moradoras de rua, pessoas com dificuldade financeira, ficou mais em evidência”, afirmou a missionária da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.


Pela manhã, houve bênção dos alimentos arrecadados / Divulgação/Assesoar

A ação é resultado de uma campanha de solidariedade, em que várias organizações do campo e da cidade, além das paróquias dos bairros e comunidades, se envolveram na arrecadação de alimentos e brinquedos que beneficiaram famílias da Casa da Paz, em Dois Vizinhos, famílias de uma ocupação urbana que lutam a algum tempo pela regularização, em Clevelândia, famílias do bairro Padre Ulrico, em Francisco Beltrão, comunidades Indígenas dos municípios de Vitorino e Coronel Vivida e também foram doados no Hospital e Lar dos Idosos de Clevelândia.

“Essas cestas vêm em uma hora bem necessária, e eu tenho a certeza na diferença que vai fazer na família das nossas crianças, pela dificuldade muitas vezes dos pais conseguirem o alimento, um doce, a própria fruta e a verdura, então acredito que para os pais vai contribuir para que eles consigam ofertar um natal mais digno para as nossas crianças”, disse Cristiane Geremias, coordenadora da Casa da Paz em Dois Vizinhos.

Ações de solidariedade na região sudoeste

A partir de demandas, da falta de alimentação, que chegaram às organizações do Fórum e do comitê, iniciou-se uma preparação em torno de ações de solidariedade para contribuir com famílias da região que estão passando por grandes dificuldades.

“Aquilo que nós pudermos contribuir nesse momento, fazer o debate, e continuar fazendo a luta defendendo os direitos, e que tenhamos uma alimentação saudável de qualidade, e que todos também tenham trabalho, dignidade para poder acessar esses alimentos com mais qualidade, e que tenham um Natal, fim de ano igual para todos”, pontuou Paulo Roberto Czecalski, da coordenação do fórum regional.


Organizações arrecadaram o total de 12 toneladas de alimentos para ação desta quarta (16) / Divulgação/Assesoar

Essa é a quarta ação de solidariedade que Fórum Regional, organizações populares e o comitê Resistência e Solidariedade realizam desde que iniciaram as campanhas de solidariedade, em abril. Ao total, já foram arrecadadas mais de 100 toneladas de alimentos, beneficiando aproximadamente 3.700 famílias da região.

“É uma solidariedade de trabalhador para trabalhador. Aquilo que é produzido pela agricultura familiar, produtos das cooperativas também são adquiridos e destinados para essas ações de solidariedade”, enfatiza Paulo.

Edição: Lia Bianchini