Paraná

LUTA POPULAR

Servidores e moradores protestam por hospitais de campanha em Curitiba

Ato é contra o fechamento e a sobrecarga de UPAs e Unidades de Saúde

Curitiba (PR) |
Na semana passada, a União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT), localizada no bolsão Formosa, no Novo Mundo, também protestou - Pedro Carrano

Uma servidora da saúde estendia faixas diante do trânsito da avenida Marechal Floriano Peixoto, em Curitiba. Outra entregava panfletos e pedia assinaturas para a população diante de um supermercado.

Servidoras municipais da saúde e moradores do bairro Boqueirão fizeram protesto no final da manhã desta segunda (14), devido ao fechamento e destino das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para tratamento de Covid-19, o que causa sobrecarga nas unidades de saúde, sobrecarga nos servidores e sobrecarga nas demais UPAs da capital.

Somaram-se ao protesto associações de moradores e movimentos populares, caso do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD). Na semana passada, a União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT), localizada no bolsão Formosa, no Novo Mundo, protestou contra o fechamento da UPA Fazendinha e sobrecarga na Unidade Básica de Saúde Aurora.

A reivindicação principal do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismuc) e dos servidores ali presentes era a criação de hospital de campanha para atendimento dos casos de Covid-19, o que evitaria sobrecarga nas Unidades de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Mas o prefeito Rafael Greca (DEM) parece pouco disposto a receber os servidores. Vale lembrar que, desde 2017, o prefeito encaminha para a Câmara a proposta salarial dos servidores sem conversar com eles. “Nunca recebem, nunca respondem”, lamenta Fabiana Caputti, da direção do Sismuc. Criticaram também a forma como a prefeitura atropela o espaço do Conselho Municipal de Saúde.

Mais trabalhadores

O número levantado pelos servidores municipais é de necessidade de 1500 trabalhadores a mais na área de Saúde. A entidade sindical denuncia também a medida da prefeitura, diante do problema, de “quarteirizar” a assistência e fazer com que os servidores concursados tenham que capacitar os trabalhadores trazidos em formato flexível pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba.

“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pela administração da UPA, acionou a Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde (FEAES), criada para prestar serviços de saúde para a Prefeitura de Curitiba. Essa Fundação está quarteirizando o serviço de saúde da UPA Boqueirão para o COOENF, uma cooperativa de enfermagem”, afirma uma das matérias produzidas pelo sindicato.

Em resumo, profissionais da saúde naquele ato defenderam que a UPA não tem estrutura hospitalar, o que acaba sobrecarregando todo o sistema. Ao lado da defesa de reabertura imediata das UPAs, apontaram também ausência de estrutura em todas unidades e necessidade de leitos mais adequados, junto à necessidade de medidas eficazes para o controle da doença, como o lockdown.

Situação de moradora

Marinalva da Silva vive no bairro Boqueirão há 12 anos, trabalha como autônoma e corretora imobiliária. Reclama de ter buscado a UPA com suspeita de Covid-19 na família e ter sido remetida a uma US mais distante de sua casa, esperando longos dias pelo resultado do exame.

"O culpado é o prefeito e governo. Me mandaram para outro lugar, passei 14 dias sem resposta sobre a minha situação”, disse, enquanto pegava panfletos e se somava ao protesto local.

Edição: Lia Bianchini