Paraná

Pandemia

Irresponsabilidade leva a aumento da contaminação em Curitiba e no Paraná

Unidades de UTI estão lotadas. Casos ativos triplicam de final de outubro até agora na capital

Curitiba (PR) |
Segundo o último boletim, divulgado nesta quinta (3), havia 12.817 mil casos ativos em Curitiba - Giorgia Prates

As eleições para prefeitos e vereadores aconteceram na capital e em outras cidades do Paraná com shoppings, academias, clubes, restaurantes, bares abertos, como se a pandemia já tivesse passado. Nem bem foram fechadas as urnas, a Prefeitura de Curitiba e o governo do Estado tiveram de voltar atrás.

A Prefeitura decretou a volta da bandeira laranja, com restrições a bares e mudança de horário no fechamento do comércio. Já o governador Ratinho Júnior (PSD), na terça (1), assinou decreto de toque de recolher no estado. Essa é a primeira vez, desde o início da pandemia, que o governo do Paraná anuncia tal medida.

Para o médico e ex-deputado Doutor Rosinha (PT), é difícil saber se a piora da pandemia na capital e no estado faz parte de uma segunda onda, como na Europa, ou é a mesma desde o começo. “Aqui não entramos nessa onda de baixar e depois voltar uma segunda, como na Europa”, diz.

Para ele, o atual momento se deve à falta de políticas públicas na saúde e também em relação a políticas sociais. ”Estados e municípios não fizeram política social, de saúde nem epidemiológica. A irresponsabilidade - ou responsabilidade por isso - é desses governos”, complementa. Rosinha lembra também que, por questões eleitorais, não foram feitas medidas de isolamento em Curitiba ou no Paraná.

Recorde de contaminação

Em três dias, de segunda a quinta desta semana, morreram em Curitiba 59 pessoas por Covid-19. Mais de cinco mil pessoas foram contaminadas e, segundo o último boletim da Secretaria Municipal da Saúde, divulgado nesta quinta (3), havia 12.817 mil casos ativos, pessoas diagnosticadas e com potencial de repassar a doença. A taxa de ocupação dos leitos está em 93%. Como comparação, no começo de novembro, no dia 3, eram 3.965 pessoas ativas. No mês da eleição, sem medidas restritivas, o número praticamente triplicou.

Edição: Lia Bianchini