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Editorial | A bomba-relógio brasileira

Garantir a renda de trabalhadores já é o grande tema do próximo período. A crise é grave

Curitiba (PR) |
O que vemos é uma absurda concentração de riquezas às custas do empobrecimento do povo - Giorgia Prates

A rigor, não podemos falar em segunda onda de covid-19 no Brasil. O agravamento das condições de vida do povo não deu trégua em momento algum. Os dados mostram que, enquanto a crise econômica fica mais séria, o bolso dos ricos continua saudável.

O que vemos é uma absurda concentração de riquezas às custas do empobrecimento do povo em momento tão delicado. Eis que as eleições de 2020 terminaram no mesmo momento de elevação dos perigos mortais da pandemia. Alguns prefeitos omitiram o problema aguardando o final das eleições.

A acirrada disputa política nas grandes cidades e capitais brasileiras mostra que existem projetos opostos em jogo para a gestão e para o cuidado com quem as habita. Enquanto alguns prefeitos têm “nojo dos pobres”, e apreço pelo Natal das elites, outros colocam a vida em primeiro lugar. O prefeito eleito de Belém do Pará, por exemplo, anunciou a criação do programa de renda mínima – uma garantia de R$ 450 por pessoa para combater a fome e o desemprego, permitindo cuidado com a saúde, tudo viabilizado pelo município. Devemos observar os benefícios dessa experiência para a economia regional.

Afinal, é fato: garantir a renda de trabalhadores já é o grande tema do próximo período. A crise é grave. Os ponteiros da bomba-relógio brasileira voltam a girar.

Edição: Pedro Carrano