Paraná

Crise hídrica

Sanepar não descarta rodízio de 48 horas em Curitiba e região

Empresa considera que a condição de chuvas melhorou, mas que não pode encerrar a interrupção do fornecimento de água

via Porém.net |
Represa Passaúna. Estiagem no Paraná pode perdurar até fevereiro de 2021 - Gilson Abreu/AEN

As chuvas da primavera ainda são insuficientes para reverter o modelo de 36 horas de rodízio em Curitiba e região metropolitana. Os reservatórios estão com nível superior a 30% e a população conseguiu economizar 20% de água. No entanto, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) já sabe que o verão será uma extensão chuvosa, porém, com volume abaixo da média necessária. A empresa já informou ao mercado que o estado deve sofrer os impactos do fenômeno La Niña.

“Há quatro níveis de rodízio. Caso as chuvas não ocorram, teríamos um rodízio mais duro de até 48 horas sem abastecimento e 24 com abastecimento. Isso está afastado até o fim de novembro. Há tendência de chuva até o fim do verão. Estamos preocupados com o outono, o inverno de 2021”, alerta aos investidores, Julio Cesar Gonchorosky, diretor de Meio Ambiente e Ação Social, durante divulgação dos resultados da empresa.

A empresa de saneamento recebeu críticas por ter focado mais a sua atuação na geração de lucros do que em investimentos nos últimos anos. Segundo relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), se a empresa tivesse distribuído apenas 25% do Lucro Líquido Ajustado, teria economizado R$ 1,2 bilhão, o que equivale a um ano de investimentos. “A tarifa média praticamente triplicou em nove anos, crescimento de 182%, ou seja, ao final de 2019 a tarifa era 2,8 vezes mais cara do que era em 2010 (ganho real de 70%)”, compara o economista Fabiano Camargo.

Edição: Lia Bianchini