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Volta às aulas

Escolas particulares em Curitiba fecham após casos de coronavírus entre funcionários

Protocolos do governo não apresentam medidas de proteção da saúde dos profissionais.

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Pais receberam o informe do Colégio Integral informando o fechamento da escola - Divulgação

Desde outubro, escolas estaduais e particulares no Paraná têm autorização tanto da Secretaria Estadual de Saúde como da Secretaria Estadual de Educação, a abrirem para oferecer atividades extracurriculares aos alunos que optarem pelos encontros presenciais, respeitando os protocolos sanitários e de prevenção ao coronavírus. Segundo levantamento do Brasil de Fato Paraná junto aos órgãos competentes, há poucas medidas de proteção voltadas aos professores. Diante desta situação, algumas escolas em Curitiba tiveram que interromper suas atividades devido a casos de contaminação pelo novo vírus entre professores.

É o caso do Centro de Educação Infantil CECI que teve que fechar por 14 dias após a notificação que professores e uma mãe de aluno que freqüentava a escola estavam com COVID19, a doença causada pelo coronavírus. Segundo a diretora da escola, Ana Paula, foi feito contato com a Vigilância Sanitária. “Eu liguei para a Vigilância Sanitária para informar dos casos e pedir orientação. Então, me pediram que fechasse a escola por 14 dias, período do ciclo viral,” relata.  Ana Paula diz que, apesar da nova autorização do retorno, agora, para as  aulas curriculares presenciais, a unidade que teve os casos, reabrirá apenas no dia 30.  

Outra escola que também teve casos de professores que testaram positivo foi o Centro de Educação Infantil, 1, 2, 3. Segundo uma mãe (que não quis se identificar), “a escola precisou fechar por 14 dias após os casos entre professores.” Até o final desta reportagem não conseguimos falar com a direção da escola.

Em informe aos pais no início desta semana,  o Colégio Integral também interrompeu as aulas extracurriculares que vinham sendo oferecidas aos alunos e fechou a escola por 14 dias. Segundo o informe da escola, um funcionário da escola testou positivo para COVID19.

 

 

Protocolos sem proteção aos professores

Apesar de ambas as instituições seguirem os protocolos, não foi possível impedir que casos de contaminação ocorressem. O protocolo para retorno das aulas presenciais apresentado pelo governo estadual trata de itens como orientação pedagógica, com as possibilidades de efetivar a modalidade de ensino híbrido (online e presencial), distanciamento dentro da sala de aula e no pátio, escalonamento de alunos e professores, higienização de ambientes e transporte escolar, uso de álcool gel e EPis, triagem de temperatura para alunos e professores, entre outros. Quando o protocolo trata da possibilidade de contaminação de alunos e professores, limita-se a dizer que “caso ocorra contaminação entre estudantes, a instituição deverá ser interditada por 14 dias, retornando para o modelo de aulas 100% on-line durante este período.”

A proposta da rede privada, assim como a do estado, também não apresenta itens que assegurem a proteção aos professores. Em agosto, o Brasil de Fato Paraná conversou com a então presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe), Esther Cristina Pereira. Ao ser indagada sobre o que se propõe em relação aos professores disse que “há protocolos como troca de sapatos e troca de roupas.” Ao ser indagada sobre as questões que envolvem o risco de contágio destes profissionais disse que “a doença está em todos os lugares. A escola não pode carregar sozinha o fardo da responsabilidade.”

Em nota ao Brasil de Fato Paraná, tanto a Secretaria Estadual de Saúde como a Secretaria Estadual de Educação informaram que as escolas devem seguir a Resolução  1.231 e Sobre protocolo de contaminação, o Art. 31 da resolução diz que  "Caso ocorra contaminação entre estudantes, professores ou demais funcionários, a instituição deverá ser interditada por 14 dias, retornando para o modelo de aulas 100% on-line durante este período".

 

Edição: Frédi Vasconcelos