Paraná

MOVIMENTO

União de trabalhadoras mostra saída para a crise econômica na pandemia

Grupo de artesãs cria cooperativa de costura para superar falta de trabalho

Curitiba (PR) |
Trabalhadores buscam se reorganizar para enfrentar crise - Arquivo pessoal

Os meses de pandemia têm sido de reinvenção para a artesã Edilcineia dos Santos Camargo. Ela é membro do coletivo de trabalhadoras que vendem produtos na Feira Permanente de Economia Popular Solidária, no bairro do Portão. Com a chegada da pandemia, a feira teve que suspender as atividades. 

Na Feira Permanente, Edilcineia vendia acessórios femininos, como carteiras, necessaire e bolsas. “Com a pandemia, eu fiquei parada, sem serviço”, conta Edilcineia. A saída foi começar a vender máscaras, enquanto, junto a outras mulheres do coletivo da feira, tentava encontrar novas maneiras de manter a renda. 

A saída apareceu a partir de uma demanda específica: uma encomenda de 2.000 ecobags. Para dar conta da demanda, era preciso ampliar o número de trabalhadoras. Edilcineia e algumas de suas companheiras da feira se juntaram a outras trabalhadoras de um coletivo de artesãs, que se reúnem na Paróquia Santo Antônio Maria Claret, no Alto Boqueirão. 

“Muitas vezes, uma de nós pode pegar uma encomenda grande e não dá conta sozinha. Agora a gente sabe que tem um grupo que pode dividir a demanda”, diz Edilcineia. No total, são 14 trabalhadoras. A produção das ecobags é dividida em partes iguais. 

A experiência tem despertado o desejo de manter a cooperação. O próximo passo do grupo, segundo Edilcineia, é a formalização de uma cooperativa. “Em grupo, a gente consegue ir atrás de empresas, pegar encomendas grandes, dividir o trabalho pra não se sobrecarregar. E agora a gente já tem planejamento, já sabe quanto é gasto, tem uma noção dos nossos custos. Com o grupo, a renda vai aumentar”, explica Edilcineia. 

Edição: Gabriel Carriconde