O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou indígenas, caboclos, imprensa e ONGs pelas queimadas na Amazônia e Pantanal e pelas consequências da pandemia de coronavírus em seu discurso na Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), na terça-feira (22).
Em vídeo gravado em português, disse ter sido vítima de uma campanha de "desinformação", capitaneada pela imprensa brasileira, que “politizou o vírus” e "disseminou pânico" entre a população sob o lema “fique em casa”. Não citou que, até o momento, cerca de 140 mil brasileiros tinham morrido em decorrência da covid-19. No mundo, só ficando atrás dos Estados Unidos.
Ele também se apropriou do auxílio emergencial votado pelo Congresso e distorceu o valor pago (cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300). "[Nosso governo] concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente 1.000 dólares para 65 milhões de pessoas", exagerou.
Ao relatar à ONU que "assistiu a mais de 200 mil famílias indígenas", Bolsonaro omitiu seu veto a auxílio emergencial específico e a água para essa parcela da população.
Bolsonaro disse ainda que o Brasil é "referência em preservação ambiental" e que as florestas brasileiras não pegam fogo porque “são úmidas”. Ele culpou populações tradicionais por incêndios. O fogo no Pantanal, no entanto, teve origem em fazendas de pecuaristas, conforme análise dos focos de calor na região.
Edição: Gabriel Carriconde