Paraná

Grito dos excluídos

Comida para os excluídos

Solidariedade marcou um 7 de setembro diferente no centro e bairros de Curitiba

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Marmitas são entregues a população em situação de rua no centro de Curitiba - Joka Madruga

Com a pandemia, Curitiba viveu um Grito dos Excluídos diferenciado no 7 de setembro. As manifestações tradicionais foram substituídas por ações de solidariedade, principalmente por iniciativas do Movimento dos Trabalhadores sem Terra, MST. Com o lema “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!”, foram feitas doações de marmitas a quem necessitava.

No centro da cidade, houve missa transmitida da Catedral e a benção das  marmitas pelo arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo. Para ele, as doações representam: “A linguagem da partilha, diante de quem precisa não existe outro argumento que não a partilha. E os que têm maior sensibilidade por essa urgência têm maior sensibilidade à causa do senhor Deus. Comunhão de mesa é comunhão de vida.” As cerca de 550 marmitas abençoadas foram entregues a pessoas em situação de rua e trabalhadores informais.

As ações de solidariedade também ocorreram em bairros da capital como Portelinha, Jardim Santos Andrade e Vila Formosa, onde existe um núcleo de associações, com cozinha comunitária que preparou marmitas distribuídas  na Vila Leão, Vila Maria, Uberlândia  e Ferrovila.

Participante da ação de solidariedade, Cláudia Amaral Almeida, que mora na Ferrovila desde que a região foi ocupada, lembrou que no 7 de setembro foram completados 29 anos que a população foi para o local conquistar suas moradias. “Era 7 de setembro, lá 22 horas, quando aconteceu a ocupação inicial. Desde lá, a gente lutou bastante, a polícia vinha para derrubar os barracos e a gente corria e se reunia para não perder. Foi um sacrifício para conseguir ficar aqui... Mas se não fosse essa moradia, não sei o que seria das pessoas. Graças à ocupação a gente tem condições de ter moradia digna. Foi uma vitória.

Mais solidariedade

Cerca de 5 mil marmitas serão distribuídas entre os dias 7 e 9 de setembro em Curitiba e Região Metropolitana, com doações do MST e do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC). Além da capital, as marmitas chegarão a Araucária e Campo Magro. Botijões de gás e alimento in natura também serão doados a associações de moradores.

A produção das refeições conta com apoio de aproximadamente 70 voluntários integrantes de coletivos, sindicatos e movimentos sociais, que já produzem pelo menos 700 marmitas todas as quartas-feiras, na ação batizada de “Marmitas da Terra”. Ao todo, já foram 12.600 marmitas doadas desde o início da pandemia, produzidas com alimentos vindos principalmente da Agricultura Familiar e da Reforma Agrária.

Edição: Frédi Vasconcelos