Em reunião com diretores de escolas públicas do Paraná, o secretário de Educação, Renato Feder, culpou e ameaçou professores pelo alto índice de evasão escolar nas aulas a distância na pandemia. Na reunião, ele disse que os professores teriam que, a partir de agora, gravar vídeos das aulas em tempo real. E, que se os alunos não comparecessem às salas virtuais, os professores levariam faltas e desconto no salário.
O vídeo da reunião caiu nas redes sociais, gerando revolta na comunidade escolar e na APP-Sindicato. Para a APP, a medida desesperada do secretário é reflexo da alta taxa de evasão escolar ocasionada pelo modelo de educação não-presencial de Feder, que foi aplicada sem que educadores, estudantes e comunidades escolares fossem consultados. Para a entidade, “O secretário, que é empresário do ramo da tecnologia e chegou a ser cotado para ser ministro da Educação, novamente tenta jogar a responsabilidade pela falha em sua gestão nos profissionais da educação”.
Para o presidente da App, Hermes Leão, desde o início Feder foi avisado de que esse modelo não funcionaria. “Há contradição na fala do secretário. Ele afirma que a proposta de aulas remotas aplicada no Paraná seria a melhor do Brasil e até que a de países europeus, mas apresenta, agora, a obrigação dos professores fazerem videoaulas com os estudantes, como se estivessem na escola, para evitar a evasão”, diz Hermes.
O sindicato denunciará a postura do secretário ao Ministério Público Estadual, ao Conselho Estadual da Educação (CEE), além de fazer denúncia na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. Com a mobilização do sindicato e dos professores, a Secretaria de Educação do Paraná não confirmou ainda se a proposta será levada adiante.
Edição: Gabriel Carriconde
