Paraná

RESPEITO E DIREITOS

Apoiador de Bolsonaro é condenado por ataque contra ativista de direitos humanos

Um dos estopins foi o fato de o militante ter registrado manifestação de extrema-direita

Curitiba (PR) |
“Uma das coisas que realmente me fez não deixar quieto é justamente mostrar. Combater e não baixar a cabeça para não se repetir este tipo de atitude”, afirma o militante. - Reprodução

O conflito em torno da temática da luta indígena no Oeste do Paraná segue intensa.

Em dezembro de 2017, o integrante do Centro Regional de Direitos Humanos de Cascavel, Luciano Palagano, da cidade de Marechal Cândido Rondon, sofreu várias ameaças, difamações compartilhadas por whatsapp, e ataques coordenados nas redes sociais, ao lado de ameaças diretas de grupos de direita da cidade, localizada no Oeste do Paraná.

Um dos estopins foi o fato de o militante ter registrado manifestação de extrema-direita contra a demarcação de terras indígenas guarani, no Oeste do Paraná, sendo identificado por esses grupos como organizador de “ocupações” que os guarani supostamente realizariam no final daquele ano. 

A partir disso, de acordo com Palagano, sete pessoas foram processadas em 2018. “O Ministério Público encaminhou ação penal. Houve acordo judicial com cinco pessoas, com retratação pública. Uma das pessoas não quis fazer o acordo e não pôde fazer transação penal”, descreve. O processo então continuou e a sentença foi dada contra um dos administradores do grupo de Whatsapp intitulado "Bolsonaro Mal. C. Rondon I", de organização de pré-campanha de Bolsonaro para governo federal.

Sabe-se que o conflito na região aumenta e a pressão dos ruralistas é forte contra as áreas indígenas localizadas na região.

Palagano afirma que manteve denúncia ao longo desses três anos para que coações desse tipo não se repitam. “Uma das coisas que realmente me fez não deixar quieto é justamente mostrar. Combater e não baixar a cabeça para não se repetir este tipo de atitude”, afirma o militante.

Edição: Pedro Carrano