Paraná

EDUCAÇÃO

Mesmo com dificuldades, mães não querem volta às aulas neste momento

Para entrevistadas, escola não é local seguro para deixar os filhos na pandemia

Curitiba (PR) |
Aulas ainda não tem previsão de retorno em Curitiba (PR) - César Brustolin/SCMS

Joyce Rodrigues da Silva é mãe de uma menina de 6 anos. Ela sai todos os dias cedo para trabalhar e reveza entre as casas da mãe e da ex-sogra para deixar a filha neste momento da pandemia. Outras mães, que também moram na periferia de Curitiba, vivem a mesma realidade: ter de arranjar quem fique com seus filhos. Mesmo assim, Joyce e outras mães entrevistadas pelo Brasil de Fato dizem que, agora, não levariam seus filhos para a escola se as aulas voltassem.  

Para Haillen Evelin da Silva, 39, que mora no Parolin e trabalha o dia inteiro, as crianças em casa são uma proteção para todos. Ela trabalha em um café e é responsável pela renda atual da família, pois o marido está desempregado. “Eu mesma tenho medo de levar o vírus para casa, pois trabalho com o público. Imagine, as crianças! Como vão manter elas na escola sem contato físico?”, questiona.  

Essa também é a opinião de Joyce, que trabalha o dia inteiro e ainda se preocupa com as filhas e avós, que são do grupo de risco. “Meus dias têm sido de muito medo por não poder cuidar da minha filha e também pela possiblidade de trazer contaminação para ela e as avós. Por isso mesmo, não mandaria minha filha para escola, pois neste momento seria muito arriscado para toda a família. Criança pega na mão da outra o tempo todo.” 

Já Naura Adriane de Oliveira, que mora no bairro Cidade Industrial, teve que parar de trabalhar porque não teria como levar o filho de 5 anos junto. Ela vendia churros em frente ao portão da escola. “Eu teria que levar ele, optei por ficar em casa com ele e a filha de 14 anos. Estou dando o meu jeito, porque não acho que seja um momento bom para voltarem para a escola. O principal é a saúde deles."  

Todas as três contam ter solicitado o auxílio emergencial, mas não conseguiram. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro vetou projeto de lei que previa a prioridade a mulher chefe de família no pagamento do auxílio emergencial

Edição: Gabriel Carriconde