Paraná

EDITORIAL PR 178

A liberdade enganada

Esta rede funciona com perfis anônimos ou falsos, simulando também veículos jornalísticos

Curitiba (PR) |
O próprio Facebook, em investigação interna, apurou também a existência de uma rede bolsonarista que atinge milhares de seguidores desde a eleição de 2018 - Pedro Carrano

Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), dezesseis apoiadores de Bolsonaro tiveram suas páginas bloqueadas nas redes sociais Facebook, Instagram e Twitter. São parlamentares, empresários, assessores políticos e influenciadores digitais que impulsionavam publicações mentirosas e mobilizadoras de discursos de ódio. O próprio Facebook, em investigação interna, apurou também a existência de uma rede bolsonarista que atinge milhares de seguidores desde a eleição de 2018. Esta rede funciona com perfis anônimos ou falsos, simulando também veículos jornalísticos. O objetivo é promover a imagem política de Bolsonaro e destruir a reputação dos adversários. Por trás desta máquina de mentiras, estão assessores pagos com dinheiro público, ligados aos gabinetes do próprio presidente e de seus filhos. Bolsonaro sentiu o golpe, e agora argumenta no STF que as medidas de bloqueio violam a liberdade de expressão.

Também defendemos liberdade de expressão e somos críticos do poder judiciário, mas neste caso estamos falando de uma rede com interesses econômicos e eleitorais, sujeita à regulamentação.

Bolsonaro é inimigo da verdade. O seu governo tem perseguido servidores públicos e jornalistas que o criticam, proibindo a possibilidade de que estes discordem do governo federal em espaços públicos.

 

Edição: Pedro Carrano