Paraná

COLUNA DA JUVENTUDE

Em tempos de pandemia, onde há saúde?

Ter vida digna é também ter saúde, e essa saúde se alcança com a compreensão de que ela é coletiva

Curitiba (PR) |
Coluna da Juventude fala sobre as lutas e a preservação da saúde - Foto: Divulgação I Diagramação: Vanda Morais

A população jovem brasileira tem lidado com o estresse cotidiano pela incerteza que a pandemia traz. São os primeiros a serem dispensados de seus postos no mercado de trabalho, os que mais entram em trabalhos precarizados, como entregadores de APP, os que lidam com ensino remoto incoerente com suas realidades e os que mais morrem nas periferias do Brasil. Esse cenário estrutural de desigualdades posiciona o jovem no topo do abismo e acarreta a ele uma carga desumana de ansiedade e angústia. Em muitos sentidos, o jovem acorda e se levanta apenas porque está vivo. 

Embora num cenário desolador e pressionado pelas inseguranças, é da juventude a resposta de inconformismo. Protestos por vidas negras, breque dos APPs e campanhas como a Periferia Viva são ações que demonstram a força e o protagonismo da juventude na busca por melhores condições de vida. Ter vida digna é também ter saúde, e essa saúde se alcança com a  compreensão de que ela é coletiva, cuidando do outro para além de si, por isso é essencial lutar por melhores condições trabalho, direito à vida e ao bem viver para sermos uma sociedade saudável: com fome de vida e de direitos, lutando pela emancipação de todos e todas. 

*Ana Keil e Fernan Silva são militantes do Levante Popular da Juventude e pesquisadores na área de arte e linguagem 

Edição: Gabriel Carriconde