Paraná

REPÚDIO À REABERTURA

Em nota, nove centrais sindicais repudiam fim da quarentena restritiva no Paraná

O governo Ratinho Jr "Não pode ouvir apenas uma parte, cujo único interesse é preservar e ou aumentar seu patrimônio"

Curitiba (PR) |
O espectro amplo de centrais sindicais do Paraná repudiam a decisão de reabertura do comércio por parte do governo do Paraná - Reprodução

As principais centrais sindicais do Paraná emitiram, no noite do dia 17 (sexta), nota pública na qual condenam a decisão do governador do estado, Ratinho Jr., de não prorrogar o decreto de quarentena restritiva, permitindo a abertura de setores não essenciais.

Para as entidades representativas dos trabalhadores, a decisão do governador estadual vai na contramão do aumento do contágio no estado: "No dia em que foi tomada tal decisão, 1.181 paranaenses já haviam perdido suas vidas e mais de 47 mil estavam infectados. Analisando os gráficos da evolução da doença, o cenário é mais trágico, apontando para um aumento considerável de infectados e mortos", afirma o texto.

Confira abaixo a íntegra do texto:

"As Centrais Sindicais do Estado do Paraná, que juntas representam milhões de trabalhadoras e trabalhadores paranaenses, vem a público manifestar sua indignação e repúdio a decisão do governador Carlos Ratinho Massa, de retirar o decreto de quarentena restritiva em diversas regiões do estado.

O governador toma essa decisão exatamente no momento em que os próprios dados oficiais apontam para um aumento considerável de mortes decorrentes do Coronavirus. No dia em que foi tomada tal decisão, 1.181 paranaenses já haviam perdido suas vidas e mais de 47 mil estavam infectados. Analisando os gráficos da evolução da doença, o cenário é mais trágico, apontando para um aumento considerável de infectados e mortos.

E diante desse quadro era de se esperar decisões que preservassem a vida e em vez disso o governo cede à pressão de setores do empresariado e prefeitos, preocupados com suas reeleições, deixando o interesse público, à vida das pessoas em segundo plano. Colocando o CNPJ dos grandes empresários à frente da vida das pessoas. Onde estão os créditos para as medias e pequenas empresas? Onde está a garantia efetiva para os trabalhadores e trabalhadoras, principalmente para os que atuam no chamado mercado informal, realizarem o isolamento social?

Numa democracia, os governos têm a obrigação de ouvir a sociedade. Afinal de contas, foram eleitos para governar para todas e todos. Isso significa ouvir, dialogar e tomar decisões que beneficiem a sociedade como um todo. Não pode ouvir apenas uma parte, cujo único interesse é preservar e ou aumentar seu patrimônio. O governador e os prefeitos precisam entender que estamos diante de uma decisão humanitária e não meramente econômica. Esta decisão pode ser a diferença entre a vida e a morte.

Neste sentido, queremos reafirmar que o momento é de aprofundar as medidas e orientações sanitárias e de isolamento social de proteção a vida das trabalhadoras e trabalhadores, com a contenção da disseminação do vírus e ao mesmo tempo, gerar ações propositivas e solidárias para garantir manutenção dos empregos, renda e direitos trabalhistas garantidos, para que possam enfrentar o isolamento com o mínimo de dignidade e segurança. O momento é de solidariedade e não de garantia ou ampliação de lucro.

As Centrais Sindicais consideram lamentável que o governo do Paraná ouça e atenda somente os interesses eleitorais de prefeitos e setores comerciais e empresariais do Estado, ignorando totalmente os representantes das Centrais Sindicais, Federações e Sindicatos, que foram eleitos democraticamente para ser a voz de milhões de trabalhadoras e trabalhadores. Vozes essas que tem, através de diagnósticos constantes e atualizados, em todos os setores da saúde, comércio, indústria, bancos, dentre outros, sistematicamente denunciado o aumento considerável do número de casos e principalmente de óbitos. Ao contrário de outras autoridades, nós não estamos nos omitindo.

Portanto, reafirmamos que neste momento que acabar com a quarentena restritiva no Estado significa ir na contramão da proteção à vida das trabalhadoras e trabalhadores e da população em geral.

Nesse sentido clamamos ao Governo do Estado que reveja esta decisão

CSB - CENTRAL DE SINDICATOS DO BRASIL - PARANÁ

CSP - CONLUTAS - PARANÁ

CTB - CENTRAL DE TRABALHADORAS E TRABALHADORAS DO BRASIL - PARANÁ

CUT- CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES DO PARANÁ

FORÇA - FORÇA SINDICAL DO PARANÁ

INTERSINDICAL- CENTRAL DA CLASSE TRABALHADORA - PARANÁ

INTERSINDICAL -INSTRUMENTO DE LUTA - PARANÁ

NCST - NOVA CENTRAL SINDICAL DOS TRABALHADORES DO PARANÁ

PÚBLICA - CENTRAL DO SERVIDOR PARANÁ"

 

Edição: Pedro Carrano