Paraná

ORGANIZAÇÃO POPULAR

Bancos comunitários e desenvolvimento municipal

Os bancos comunitários devem envolver, na sua organização a comunidade, os bairros e os espaços de organização coletiva

Londrina (PR) |
"baseados nas relações de vizinhança e confiança, com um controle mais social do que econômico, buscando incentivar o consumo local" - Giorgia Prates

A evolução da lógica do renda básica, tal como estamos fazendo na página, instiga a necessidade de discutir a gestão comunitária de orientação dos recursos produtivos, uma vez que ela se torna um subsídio com potencial de estímulo da economia popular local. Nesse sentido, está o interessante caso dos bancos comunitários, que deveria vir acompanhado dessa reflexão, se entendermos a renda básica como elaboração de uma política com impacto estrutural e não apenas com efeito compensatório.

Os bancos comunitários devem envolver, na sua organização a comunidade, os bairros e os espaços de organização coletiva, ao mesmo tempo em que sua função é menos a satisfação e realização dos juros, das rendas financeiras e mais o desenvolvimento e geração de renda e oportunidade em toda a comunidade. Há experiências no Brasil e no mundo que buscam encampar diversas ofertas de microcrédito, concessão e cobrança dos empréstimos, baseados nas relações de vizinhança e confiança, com um controle mais social do que econômico, buscando incentivar o consumo local.

Uma experiência interessante, que se vincula ainda mais com o debate de renda básica, é a parceria com o poder público, e um dos casos é a prefeitura de Maricá, no Rio de Janeiro. Ali, há uma parceria entre o Banco comunitário de Palmas e a prefeitura na gestão de vários programas sociais, por meio da criação de uma moeda social, o Mumbuca. Assim, o programa de renda básica é gasto nos estabelecimentos comerciais da cidade, ao mesmo tempo em que o banco administra a relação com o comércio e a gestão dos fundos públicos. Essa linha comunitária da política municipal está permitindo a ampliação do escopo do banco no financiamento de programas sociais junto com a prefeitura. Hoje, há até a possibilidade de ter linhas de crédito para construção de moradia.

Dessa forma, a linha comunitária e política de distribuição de renda são geradoras de desenvolvimento.

 

 

Edição: Pedro Carrano