Paraná

EDITORIAL PR 175

A luta contra Bolsonaro e as eleições municipais

As candidaturas da esquerda precisam também ouvir e dar voz às organizações populares que fazem as lutas atuais

Curitiba (PR) |
diante da precarização de serviços públicos, da ausência de moradia, da crise econômica, a esquerda pode, pouco a pouco, retomar o diálogo com os trabalhadores - Giorgia Prates

As eleições municipais, neste ano de incerteza diante da pandemia de Covid-19, estão adiadas para novembro. Trata-se de um termômetro para verificar a influência do bolsonarismo no país.

É fato que a esquerda, desde o golpe de Temer (2016), está sob efeito de ataque da mídia empresarial e em momento de recuo dos trabalhadores, verificado na redução do número de greves desde então.

Para combater um governo federal neofascista, que busca consolidar sua base social, seria hora de formação de candidaturas unitárias, de acordo com a realidade de cada capital e cidade. Não se tratam de nomes, mas das ações necessárias para o momento. Por isso, fortalecer os espaços organizativos, o trabalho de base e a discussão de um programa popular é urgente.

Além de reforçar essas ideias, as candidaturas da esquerda precisam também ouvir e dar voz às organizações populares que fazem as lutas atuais: as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, os movimentos negro, feminista, de diversidade, entre outros.

Para o Legislativo, é fato que, diante da precarização de serviços públicos, da ausência de moradia, da crise econômica, a esquerda pode, pouco a pouco, retomar o diálogo com os trabalhadores. A experiência de candidaturas jovens, forjadas na resistência, e de mandatos populares coletivos, pode ser um fator importante.

Edição: Pedro Carrano