A pandemia do novo coronavírus fez de 2020 um ano atípico. Em um contexto “normal”, julho seria mês definir candidaturas para a eleição municipal. Neste ano, porém, o calendário eleitoral foi alterado. O primeiro turno das eleições foi adiado de 4 de outubro para 15 de novembro. O segundo turno será em 29 de novembro. As propagandas eleitorais, que começariam em 16 de agosto, só serão permitidas a partir de 26 de setembro.
Pré-candidata a vereadora pelo PT de Curitiba, Ana Carolina Dartora conta que, além das datas em si, a pandemia fez com que todo o planejamento de sua campanha fosse alterado. Historiadora, professora da rede pública estadual, militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Movimento negro, Dartora relata que um dos objetivos da sua campanha é atingir a população negra, pobre e periférica. “A gente teve de repensar tudo. Na pré campanha, pensávamos em fazer mobilização na rua, visitar bairros, conversar com as pessoas. A quarentena acabou com todos esses planos. A gente teve que pensar numa visibilidade no contexto digital. E no contexto digital quem está é a classe média”, avalia.
Pré-candidato a vereador pelo mandato coletivo Ekoa, do Partido Socialismo e Liberdade(PSOL), Thiago Bagatin avalia que a restrição das campanhas ao meio digital pode restringir também o acesso ao debate. “A pandemia traz a dificuldade de ‘sair da bolha’.
"A rede social é uma grande bolha e se a gente ficar preso a ela durante a campanha, a gente vai manter o status quo, quem já está no poder, vai diminuir muito nosso poder de influência”, afirma.
Edição: Gabriel Carriconde