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Solidariedade precisa ter conteúdo e prática pedagógica, diz dirigente do MST

Para Diego Moreira, da direção estadual do MST, as ações de solidariedade são também uma forma de trabalho de base

Curitiba (PR) |
Em Londrina, mais de 44 toneladas foram doados pelo MST; Cerca de 3 mil famílias foram assistidas - Diagramação: Vanda Morais I Foto: Wellington Lenon

No último sábado (20), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) chegou à marca de 232 toneladas de alimentos saudáveis doados apenas no Paraná. As ações têm acontecido semanalmente, desde o início da pandemia de coronavírus, e são parte de uma campanha de solidariedade que o movimento está fazendo em todo o Brasil para ajudar a população urbana que sente os impactos econômicos da pandemia.

Diego Moreira, da direção estadual do MST, conta que a produção de alimentos para o autossustento sempre foi uma política do movimento às famílias assentadas e acampadas. Com a chegada da pandemia, a instrução foi “colocar o pé no acelerador” da produção de alimentos para exercitar a solidariedade. “E doar aquilo que nós temos, não aquilo que está sobrando”, conta. A doação de sábado foi para famílias da periferia de Londrina, região Norte do Estado. Cada sacola distribuída tinha cerca de 14 quilos de de produtos frescos, colhidos nas roças e hortas dos camponeses, ou produzidos por eles. No total, foram mais de 44 toneladas de alimentos para cerca de 3 mil famílias.

Na avaliação de Diego, as ações de solidariedade são também uma forma de trabalho de base, para conhecer a realidade do povo brasileiro e propor caminhos para superar as crises que o país enfrenta. “A população está totalmente desassistida. Nós precisamos estar em contato com essa realidade porque a partir disso a gente consegue propor perspectiva. E a ação de solidariedade tem esse objetivo. Nós trabalhamos a solidariedade com conteúdo e também como ação prática pedagógica”, explica o dirigente.

Edição: Gabriel Carriconde