Paraná

ARTE EM MOVIMENTO

Feira Cultural Afro do Paraná migra para a internet em tempos de pandemia

Expositores do tradicional evento na Praça Zumbi dos Palmares integram o projeto “Feira das Feiras”

Curitiba (PR)* |
A feira presencial deverá ocorrer ano que vem - Diagramação: Vanda Morais I Foto: Divulgação

O ano de 2020 já tinha começado cheio de desafios para expositoras e expositores da Feira Cultural do Afroempreendedorismo do Paraná, evento que ocorria uma vez por mês, entre maio e novembro, em Curitiba. A pandemia do novo coronavírus e as medidas de distanciamento social agravaram ainda mais a situação. Mas os artistas têm encontrado novas formas de manifestação, trabalho e renda.

Desde o último mês, a Feira Cultural Afro se integrou ao projeto “Feira das Feiras” - uma iniciativa que reúne os negócios em economia solidária e economia criativa da capital paranaense. É uma feira “online” – no perfil do projeto no Instagram (@feiradasfeiras_).

Os participantes expõem seus trabalhos e as formas de obter obras e produtos oferecidos. Secretária-geral do Instituto Afrobrasileiro, a psicóloga Maureen Reis explica que expositores estão se adaptando à comercialização on-line. O ingresso no “Feira das Feiras” ajuda a dar maior visibilidade aos negócios. Além disso, por aplicativos como o WhatsApp, o grupo faz transmissão de mensagens com links de divulgação dos trabalhos.

Feira da Cultura Afro

A Feira Cultural do Afroempreendedorismo era realizada na Praça Zumbi dos Palmares, no Pinheirinho, região sul da cidade, e se consolidou como tradição. Reúne artesãos de roupas feitas com tecidos africanos, acessórios, lembrancinhas, presentes, brinquedos, artigos religiosos, além de comidas típicas. Oficinas e apresentações culturais como de música e dança compunham os encontros.

Para 2020, entretanto, o Instituto Afrobrasileiro não conseguiu os recursos financeiros necessários. Fez vaquinha virtual para arrecadar recursos para a contratação de artistas e instrutores de oficina. Quando a vaquinha tinha tudo para deslanchar, veio a pandemia.

A ideia é retomar a feira ano que vem. Enquanto isso, a mobilização segue, ainda que à distância. “Estamos fazendo reuniões, rodas de conversa e ‘lives’ sobre afroempreendedorismo, educação antirracista, enfrentamento da Covid-19, impacto sobre a população negra, entre outros temas”, conta Maureen.

*Matéria escrita originalmente na edição 171, por Wagner de Alcântara Aragão

Edição: Gabriel Carriconde