Paraná

Antifascista

Com praça cercada pela polícia, Curitiba tem ato antifascista

Todos que chegavam para a manifestação eram revistados por forte aparato policial

Curitiba |
Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, foi "cercada" pela polícia - Giorgia Prates

Numa tarde fria em Curitiba, manifestantes fizeram ato antifascista e anti-Bolsonaro no centro de Curitiba no domingo, 7. Desde o início, no começo da tarde, até o final da atividade, houve grande aparato policial, que cercou completamente a Praça Santos Andrade. Todos que chegavam para participar eram revistados de maneira ostensiva.

Para um militante do movimento negro a ação foi desproporcional. "Todas as instituições têm que ser respeitadas, a segurança é importante, mas têm que valer pra todos, não só para a população negra, do Tatuquara, da Cidade Industrial. Temos que nos manifestar agora sob o risco de ter um golpe", afirmou.

Durante as cerca de 3 horas da atividade, transmitida ao vivo pela equipe do Brasil de Fato Paraná, tudo transcorreu de maneira tranquila, com pessoas com máscaras e mantendo certa distância para evitar o contágio pelo coronavírus.

Para militante e mulher negra, da juventude Rebeldia, é fundamental estar nas ruas, apesar de intimidações do governo e da polícia militar. "Um dos fatores é a intimidação policial, que mata 75 por cento dos negros, e essa necessidade de se fazer um ato é o que faz a gente estar nas ruas. A gente queria estar em quarentena, mas a classe trabalhadora no Brasil não pode estar em quarentena. Vidas negras importam. O genocida Bolsonaro e seu projeto não são o primeiro governo racista, precisamos acabar com esse sistema", defende.

A forte presença da polícia foi questionada por diversos manifestantes presentes ao ato, com a polícia tendo atitude completamente diferente de atividades pró-Bolsonaro. Alías, poucos defensores do presidente apareceram e ficaram provocando quem estava na manifestação, Ficavam atrás dos solados, com proteção da polícia.

“Quero saber quem está do meu lado. Estão falando dos vidros, mas um moleque foi morto a tiros dentro de casa. O que vamos fazer? Lembro bem quem estava no poder quando subiram os morros do Rio. Nós negros somos um recorte da luta de vocês (brancos), estou cansado disso", critica um jovem negro, referindo-se a vídeos que circularam sobre a manifestação que ocorreu na segunda-feira, dia 1º, com o tema “Vidas Negras Importam” e reuniu mais de mil pessoas nas ruas da capital paranaense.

Após o ato na Praça Santos Andrade, saiu marcha de manifestantes até o Palácio Iguaçu, cercada por forte aparato policial, com policiais da Rotam, Rone, guarda municipal e um helicóptero voando baixo.

Com reportagem de Pedro Carrano e Lia Bianchini

Edição: Gabriel Carriconde e Frédi Vasconcelos