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MOVIMENTO

Solidariedade dos sindicatos fortalece relação com movimento popular e social

Ações de apoio mútuo envolvem sindicatos, movimentos sociais, populares e agricultura familiar

Curitiba (PR) |
Ações como doações de alimentos, vem aprofundando a relação entre movimentos sociais - Foto: Divulgação I Diagramação: Vanda Morais

Sindicatos e centrais sindicais aprofundam ações de solidariedade no período de combate à Covid-19. As iniciativas se dão no marco de urgência das condições de vida do povo e, como resultado, podem fortalecer a articulação das lutas trabalhistas e lutas populares, ao lado do movimento indígena, de bairro, quilombola, entre outros.

São várias iniciativas. Entre outras, o Sindicato dos Educadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec) organiza ações de solidariedade em Pontal do Paraná, ao lado da área de ocupação Figueiras.

Já a APP-Sindicato, durante o período de 27 de abril a 1º de maio, arrecadou alimentos, produtos de limpeza, higiene, fraldas descartáveis, roupas e agasalhos. O sindicato de Correios do Paraná (Sintcom), por sua vez, auxilia na campanha de arrecadação para levar agasalhos e cobertores à aldeia Pindoty, onde os povos indígenas vivem na Ilha da Cotinga, a 20 minutos de barco de Paranaguá, no litoral. O sindicato incentiva também a solidariedade ao lado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Vera Fama, diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT), elenca a necessidade de ações preservando a integridade dos trabalhadores, como as que tem sido feitas pelo sindicato dos bancários. “Os próprios sindicatos passaram a distribuir máscaras para os trabalhadores, eles foram bastante contundentes, fazendo visitas e distribuindo máscaras e álcool gel”, afirma, elencando também ações da Central no Sudoeste e no Oeste do Paraná.

A ação de solidariedade se diferencia das ações impulsionadas por grandes empresas, a chamada Solidariedade SA? Como fazer para que essas ações fortaleçam a organização popular e sindical? Vera acredita que esses trabalhos deixam um saldo organizativo. “Há uma reflexão grande de fortalecer nossas ações de forma conjunta, porque somos interdependentes, as organizações e os sindicatos urbanos, precisamos de nossas atuações em nossas bases, para somar e nos completar”, avalia.

Identidade entre a classe trabalhadora

Lucas Barbosa Pelissari, militante do núcleo sindical de base litoral do Sindiedutec, no IFPR campus Paranaguá, que tem parceria com a área de ocupação Figueiras, aponta a necessidade de solidariedade sindical, importante por reunir o “setor formalizado de servidores públicos e setores informais da classe trabalhadora, que não têm uma organização por categoria, alguns deles do pequeno comércio. A articulação desses setores diversos se faz a partir da defesa da vida”, afirma.

A ação de arrecadação dos alimentos também está vinculada a uma pauta de enfrentamento contra o programa econômico estabelecido pelo governo federal. Pelissari destaca que, na prática, a preocupação dos sindicatos expõe a falta de prioridade no orçamento para a população. No caso do seu sindicato, denuncia também a tentativa de desmonte das universidades. “Dando continuidade a essas ações, têm potencial de denunciar os limites da política do Ministério da Economia. Conseguimos discutir isso numa linha de mão dupla. Contribuímos para a luta de moradia, e denunciamos um projeto de privatização da Educação”, denuncia.

Doe agasalhos e cobertores

Sede do Sintcom, em Curitiba.
Rua Eng. Rebouças,1595.
Das 8h às 12h e das 13h15 às 17h.
Até sexta-feira, 29 de maio.
 

Edição: Gabriel Carriconde