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EDUCAÇÃO

Com estudantes e professores contrários, UTFPR decide iniciar aulas online

Parte da comunidade acadêmica criticou a volta às aulas aprovada pelo Conselho Universitário

Curitiba (PR) |
UTFPR decidiu pelo retorno às aulas - Foto: Divulgação / Diagramação: Vanda Morais

O Conselho Universitário da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Couni-UTFPR) aprovou a “volta às aulas” online no sábado, 16. Por não se adequarem exatamente aos métodos da educação à distância (EaD), estão sendo chamados de “atividade didática não presencial” (ADNP). Parte do corpo docente da universidade e a maioria das estudantes foram contrários à decisão, principalmente pela forma apressada como foi tomada.

“Estão tentando dar um caráter emergencial para sua implantação”, diz Silvana Heidemann Rocha, professora da UTFPR, membro do Couni da UTFPR e da direção regional do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Na análise de Rocha, a implementação apressada das atividades online não leva em consideração parcela dos alunos que não tem possibilidade de fazer o acesso remoto. Para ela, o papel da universidade pública é prezar pelo direito universal à educação de qualidade. “A grande preocupação que cabe a um conselho universitário é quanto à função social da educação e como salvaguardar o direito constitucional, o direito social à educação, que é um direito para todos”, afirma.

Em pesquisa com estudantes, 42% disseram não ter condições de acessar aulas a distância e 31% disseram ter dificuldade de acesso a equipamentos que possibilitem o acompanhamento das atividades remotas. Estudante de Letras e presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do campus Curitiba, Julia Silveira conta que o DCE e centros acadêmicos (CA) de diversos cursos são contrários às atividades online. “Antes de qualquer coisa, a gente se importa com o lado humano, mas também vê a questão da qualidade do ensino. O EaD tem uma metodologia, uma série de regras que devem ser seguidas para garantir qualidade. Quando se descaracteriza muito, você tira a qualidade e sucateia muito a educação”, diz.
 

Edição: Gabriel Carriconde