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MOVIMENTO

Para dirigente do MST, pandemia mostra a necessidade da reforma agrária

Movimento Sem-Terra tem organizado diversas campanhas de solidariedade com distribuição de alimentos

Curitiba (PR) |
Roberto Baggio, da direção nacional do MST - Divulgação

Desde o início da pandemia de coronavírus, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem se mobilizado para doações de alimentos a comunidades urbanas de todo o Brasil. Apenas em abril, foram doadas 500 toneladas produzidas em assentamentos e acampamentos nos estados. No Paraná, já foram mais de 90 toneladas.

A campanha de solidariedade segue, com o objetivo de ajudar famílias urbanas que têm sofrido com os impactos econômicos da pandemia. Para o MST, o momento atual é de foco na produção de alimentos e de fortalecimento da solidariedade e do projeto de reforma agrária.

Para Roberto Baggio, da direção nacional do MST, a campanha de doações tem possibilitado mostrar à sociedade a importância do acesso à terra. Ele lembra também que, desde o início do movimento, em 1984, a luta dos camponeses organizados sofre violências, perseguições físicas e ideológicas.

“Nós provamos que, à medida em que a terra é repartida e chega às mãos dos camponeses, agricultores, eles sabem organizar, produzir e repartir o que produzem. Não vai ser o bombardeio ideológico que nos destruirá, porque nossa luta tem uma necessidade concreta: as pessoas precisam de terra para trabalhar e plantar”, diz.

Para o dirigente, a crise econômica vinda com a pandemia mostra que é preciso um projeto de reconstrução do Brasil, “que não será a exploração, e sim a cooperação entre os trabalhadores”. Mas, na análise de Baggio, tal reconstrução só será possível com a saída de Jair Bolsonaro da presidência. “Renuncia, Bolsonaro, vai embora! Não tem mais espaço pra ele neste país. Como presidente, ele não tem nenhuma condição política”, afirma.
 

Edição: Gabriel Carriconde