Paraná

ENTREVISTA

A arte funciona como uma válvula de escape das tensões atuais

Em entrevista, Stephanie Batista, professora e pesquisadora da Federal do Paraná, fala sobre a função da arte em tempos

Curitiba (PR) |
Stephanie Batista é professora e pesquisadora da UFPR - Divulgação

BDF PR:  Qual a contribuição da arte neste momento em que grande parte da população está em confinamento?

Stephanie Batista: A arte protege a saúde mental. Pessoas têm buscado, para suavizar este momento, assistira filmes, “lives” musicais, mais leituras,
visitas a museus virtuais ou mesmo praticar culinária, entre tantas outras atividades. A arte possibilita diversas formas de se conectar com o outro e explica a existência do momento com um olhar mais sensibilizado. Arte funciona como uma válvula de escape das tensões atuais.

BDF PR: De que forma as pessoas podem fazer exercício artístico sem serem artistas?

Stephanie Batista: Consumindo ou produzindo arte. Existe uma infinidade de ofertas de atividades e cursos on-line para aprender ou para apenas consumir. Mas podemos começar olhando nosso cotidiano com outros olhos. Por exemplo, pedimos aos nossos alunos de artes visuais que desenhassem suas camas e janelas, trazendo cada um seu olhar. Olhar esse cotidiano, por vezes tenso, de uma forma artística que traga sua releitura é um bom começo para o exercício artístico.

BDF PR: Como você analisa o desrespeito à arte pelo governo e a importância dela neste momento?

Stephanie Batista: Nosso país vem desvalorizando a arte e a cultura. Importante destacar que cultura é um direito humano. Mas, como se trata de uma área de conhecimento inerente ao ser humano ela se impõe, mesmo tão desrespeitada. E, como dizia Ferreira Gullar, a arte salva. Ela está, hoje, dentro dos lares, nos salvando e nos levando a um olhar sensibilizado sobre o que vivemos. Esperamos que isso seja lembrado depois que tudo passar.

Edição: Gabriel Carriconde