Paraná

PANDEMIA

Prefeito de Curitiba terá que mostrar estudos que justificam reabertura do comércio

Decisão da juíza Patricia de Almeida Gomes Bergonse, do TJPR, foi proferida nesta quarta-feira (29)

Curitiba (PR) |
Prefeitura terá que prestar esclarecimentos em relação as suas ações de combate à covid-19 - Rodrigo Fonseca/CMC

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Núcleo Paraná (ABJD – PR) garantiu na justiça (acesse a decisão) que o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, seja notificado para que esclareça, oficialmente, quais foram os estudos e pesquisas científicos realizados pelo Governo Municipal que justificam o relaxamento da quarentena durante a pandemia de coronavírus.

A decisão da juíza Patricia de Almeida Gomes Bergonse, da 5ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), foi proferida nesta quarta-feira, (29), e aponta que o município também deve dizer se existe estudo ou pesquisa que mostre a capacidade de atendimento do sistema de saúde (público e privado), caso as exponenciais de contágio sejam aceleradas pelo restabelecimento da atividade comercial, em razão do alargamento das políticas de isolamento social.

O prefeito de Curitiba anunciou que iria permitir a reabertura do comércio no dia 15 de abril. A decisão foi baseada em uma resolução do Comitê de Técnica e Ética Médica de Curitiba e motivou a interpelação judicial protocolada pela Associação de Juristas, no dia 20 de abril, para que Rafael Greca fundamentasse as determinações que contrariam as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A ABJD reuniu fatos que deixam evidente a inexistência de protocolos e o relaxamento das regras do isolamento para setores não essenciais da atividade econômica na capital paranaense, como por exemplo, a não classificação de comércio essencial na cidade. Tudo isso coloca em risco trabalhadores e aumentam as chances de contágio. “A displicência na elaboração e aplicação de regras do isolamento social no combate à Covid-19 pode causar o aumento dos casos bem como um colapso no sistema de saúde”, reforça a Associação.

Após ser notificado, o município de Curitiba terá cinco dias para apresentar os estudos e pesquisas. “Diante das respostas, se avalia se a conduta do poder público justifica outras medidas, como a responsabilização do administrador público”, finaliza Nuredin Ahmad Allan, integrante da Executiva Nacional da ABJD e um dos autores da peça.

Edição: Gabriel Carriconde