Paraná

REPRESSÃO

Indígenas guarani denunciam descaso em solução de assassinato no Oeste do Paraná

Para o cacique, demora na solução do crime é discriminatório em relação à população indígena

Curitiba (PR) |
Assassinato do indígena guarani Cristian Martins Peres já está a um mês sem solução - Arquivo pessoal

Há mais de um mês, indígenas guarani de Itaipulândia, região Oeste do Paraná, cobram respostas sobre o assassinato de Cristian Martins Peres, de 20 anos. O jovem, morador da aldeia Aty Mirim, foi assassinado a facadas no dia 13 de março.

O cacique Natalino de Almeida, tio de Cristian, relata que o suposto assassino é conhecido na cidade, mas continua em liberdade. Na noite do crime, Cristian foi chamado até a quitinete onde vivia uma mulher com quem se relacionava, em Itaipulândia. O jovem foi encontrado morto nesse mesmo local. Há suspeita de que o ex-marido da mulher teria cometido o crime.

Para o cacique Natalino, a demora na solução do caso envolve discriminação em relação à população indígena. “Quando um índio morre, parece um cachorro que foi morto. A gente sente muito essas coisas na pele. Uma discriminação total da parte judiciária. Está fazendo quase um mês e está todo mundo quieto, ninguém faz nada”, diz. Segundo o cacique, a polícia tratou com descaso as reivindicações por rapidez na resolução do caso. “Não sei por que um delegado precisa que a gente tenha que fazer manifestação pra correr atrás do cara que matou”, comenta. 

O caso está sob jurisdição da delegacia de polícia de São Miguel do Iguaçu. A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Paraná informou, nesta terça (14), que o inquérito policial foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público e Poder Judiciário. O suspeito foi indiciado por homicídio, com crime por motivação passional.


 

Edição: Gabriel Carriconde