Minas Gerais

CORONAVIRUS

Trabalhadores dos Correios realizam atividades sem proteção

Sindicato defende redução dos trabalhos ao essencial e adoção de cuidados com a saúde dos funcionários

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
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Foto ilustrativa - Funcionários dos Correios temem que vírus seja transmitido através do contato com a correspondência - Fernando Frazão/Agência Brasil

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) manteve suas atividades em funcionamento, mesmo com as recomendações para isolamento da população frente à pandemia do Covid-19 (novo coronavírus). Além da exposição do trabalhador ao risco de contaminação, carteiros questionam se a própria correspondência pode levar a infecção aos usuários dos serviços dos Correios.

Até a tarde desta quarta-feira (25), os Correios haviam emitido em seu portal oficial nove boletins informativos relacionados à pandemia. O primeiro boletim saiu no dia 18, quando já havia sido amplamente noticiada a transmissão comunitária da doença no Brasil. O país fechou aquele dia com mais 400 casos de infecção confirmados.

No documento, a empresa informava a adoção de algumas medidas de higiene, diminuição ou suspensão de atividades, eventos e afastamento ou trabalho remoto apenas de trabalhadores em grupos de risco.

Pelas ruas das cidades, nos últimos dias, carteiros foram vistos fazendo normalmente a entrega de correspondências sem material de proteção. Algumas agências também estavam abertas. Um carteiro, que pediu para não ser identificado, confirmou que está trabalhando normalmente sem prevenção. “Desde a semana passada eu estou saindo para a rua. Na unidade onde eu trabalho, teve dia que não tivemos álcool gel. Será que a gente também não pega a doença?”, questionou.

Reduzir até o essencial

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintec-MG) defende que os serviços da empresa parem imediatamente, mantendo-se apenas a distribuição de remédios, vacinas, materiais hospitalares e outras atividades que ajudem no combate à pandemia.

“Nós estamos orientando os trabalhadores a não fazerem a entrega externa porque eles não têm equipamento de proteção contra o coronavírus. A OMS (Organização Mundial de Saúde) já falou que o vírus sobrevive no plástico e papelão por alguns dias. As cartas que estamos levando podem estar contaminadas e a gente pode estar contaminando gente, as nossas famílias e outras pessoas”, acrescenta Robson Silva, presidente do Sintect-MG.

Na terça (24), o deputado federal Rogério Correia (PT) enviou requerimento à presidência da Câmara para solicitar ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações a suspensão imediata dos serviços prestados pelos Correios. "Até o momento os trabalhadores da estatal estão exercendo suas funções sem a proteção devida, conforme as recomendações médicas", diz nota do deputado. O requerimento pede que se mantenha os serviços para demandas ligadas diretamente ao enfrentamento à doença.

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Edição: Elis Almeida