Paraná

EDITORIAL 156

Pela vida e por dignidade

No Brasil, as mulheres são mais da metade dos desempregados

Curitiba (PR) |
Já o Minha Casa Minha Vida teve 42% de corte orçamentário - Gibran Mendes

“Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. “Ela é muito feia. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar porque ela não merece”. “O cara paga menos para a mulher porque ela engravida”. O discurso machista de Jair Bolsonaro já era conhecido, o que se vê em sua política de absoluta violência institucional com as mulheres. 

No Brasil, as mulheres são mais da metade dos desempregados, atingindo 7,5 milhões. Mais de 30 milhões de lares são chefiados por elas, mas o atual governo excluiu mais de 1,5 milhão de famílias do programa Bolsa Família, em que 92% dos titulares são mulheres. Já o Minha Casa Minha Vida teve 42% de corte orçamentário, sendo que 89% da titularidade era feminina. Ao mesmo tempo, são elas que sofrem mais com a precarização do trabalho e que passam a se aposentar ainda mais tarde, mesmo realizando duplas jornadas e a maior parte do trabalho doméstico. É quem sente mais com o congelamento do SUS, da educação pública, sobrecarregando-se com as tarefas do cuidado. 

Não é só um governo que ataca em palavras, mas que impõe uma política econômica que aumenta a pobreza e violenta as mulheres. É por isso que neste 8 de março, dia internacional de luta pelos direitos das mulheres, a marcha é pela vida, pela dignidade, por direitos, pela democracia, por justiça, pão e paz.

Participação editorial: Naiara Bittencourt  

Edição: Pedro Carrano